BRASÍLIA - A instalação da comissão especial que discutirá a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados foi adiada para a próxima quinta-feira, 9.
A previsão antes era abrir os trabalhos na quarta-feira, mas não houve quórum hoje no plenário da Casa para que fosse feita a leitura do ato de criação da comissão. Apenas 46 deputados marcaram presença, menos do que os 51 necessários para abrir a sessão.
Com isso, o ato será lido em sessão amanhã. E só depois deste passo que passa a contar o prazo de 48 horas para que os líderes indiquem os integrantes da comissão. Por isso, o atraso na instalação.
No ato de instalação, será formalizada a posse do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) no cargo de presidente da comissão especial da reforma da Previdência. É o presidente da comissão que indica o relator, que será o deputado Arthur Maia (PPS-BA), como já anunciado.
Depois disso, a comissão terá até 40 sessões para deliberar sobre a proposta e votar o texto, que ainda precisará ser apreciado em dois turnos pelo plenário da Câmara, antes de seguir para o Senado.
Mudança. A comissão especial da reforma da Previdência será presidida pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A mudança ocorreu após o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) deixar o posto, para o qual havia sido indicado na semana passada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nos bastidores, interlocutores de Zveiter afirmam que o deputado estava insatisfeito com o posto de presidente da comissão, pois teria menos autonomia para tocar os trabalhos do que se estivesse na relatoria. O cargo de relator chegou a ser prometido para Zveiter, mas Rodrigo Maia acabou confirmando o convite ao deputado Arthur Maia (PPS-BA), efetivado no posto. No entanto, interlocutores do Palácio do Planalto dizem que Zveiter pediu para deixar a presidência da comissão por avaliar que não daria conta dos trabalhos. O deputado fluminense teve um encontro com Rodrigo Maia no último sábado (4), no Rio de Janeiro, onde acertou a mudança e também a relatoria de uma comissão para discutir o pacto federativo. Com a vaga da presidência da comissão em aberto, o governo centrou sua busca em parlamentares que tivessem compromisso de aprovar a reforma sem fazer "jogo duplo". Dois deputados foram lembrados por sua fidelidade: Carlos Marun e Darcísio Perondi (PMDB-RS). Perondi foi relator na Câmara da proposta que criou o teto de gastos, com uma atuação bem recebida no Planalto. Já Marun é conhecido por sua fidelidade "canina" e, ao ser consultado, chamou a missão de presidir a comissão da Reforma da Previdência para si. Na avaliação do governo, o deputado costuma assumir compromissos sem surpreender. A atuação do presidente da comissão é considerada importante para evitar manobras da oposição para tentar retardar a tramitação da reforma, que o governo espera ver aprovada até o fim do primeiro semestre de 2017. Marun também ficou conhecido por sua lealdade ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que foi cassado e preso. Ele foi o único a defender Cunha no plenário na ocasião de sua cassação e também visitou o ex-deputado na cadeia.