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Johnson & Johnson terá de pagar US$ 19 mi a homem com câncer que usou seu talco quando criança

Emory Hernandez Valadez, o paciente, receberá indenização por a justiça entender que talco da marca foi o que o ocasionou seu câncer terminal

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Por Redação

A gigante farmacêutica Johnson & Johnson foi condenada a pagar US$ 18,8 milhões (aproximadamente R$ 90 mi) a um morador da Califórnia, nos Estados Unidos, que alega que o talco produzido pela marca foi o causador de um câncer raro que ele enfrenta. A decisão do júri do tribunal estadual de Oakland saiu na terça-feira, 18, segundo o portal britânico Daily Mail.

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Emory Hernandez Valadez, de 24 anos, sofre de um tipo raro de mesotelioma, um tumor do tecido que reveste os pulmões, o estômago, o coração e outros órgãos. Ele afirma que a forte exposição ao talco da Johnson & Johnson a longo prazo, desde a infância, foi o que ocasionou o desenvolvimento da doença, causada pela inalação de amianto tóxico.

O júri então decidiu que Valadez tinha direito a US$ 18,8 milhões em danos devido as contas médicas pagas para o tratamento da doença, além dos danos pela dor e sofrimento causado. Um pedido de falência da empresa que congelou litígios pode fazer com que leve anos até o pagamento ser efetivamente pago, mas o juiz autorizou que o julgamento prosseguisse dada a doença terminal de Valadez, que faz com que ele tenha uma expectativa baixa de vida, conforme o Daily Mail.

Johnson & Johnson nega que seus produtos de talco sejam prejudiciais e sustenta que eles não contêm amianto cancerígeno Foto: REUTERS/Rupak De Chowdhuri/Arquivo

O talco é um mineral extraído da terra, e a sua forma natural pode conter quantidades pequenas de amianto, uma fibra mineral natural que pode causar câncer se uma pessoa for exposta a ele de forma constante.

A Johnson & Johnson nega que seus produtos de talco sejam prejudiciais e sustenta que eles não contêm amianto cancerígeno. Em abril deste ano, a empresa disse que concordava em pagar US$ 8,9 bilhões para resolver todos os processos vinculados aos seus produtos em base de talco, na expectativa de resolver as demandas de mais de 60 mil pessoas. Este foi o primeiro julgamento sobre os produtos que a empresa enfrenta em quase dois anos.

No ano passado, a empresa anunciou que começaria a usar amido de milho em todo talco infantil que vende ao redor do mundo, depois de anunciar, em maio de 2020, que encerraria as vendas do talco tradicional nos Estados Unidos e Canadá. A expectativa é que o produto supostamente cancerígeno saia das prateleiras de todo o mundo este ano.

Nesta quinta-feira, 20, a farmacêutica anunciou uma redução de 49,05% em seu lucro líquido no primeiro semestre, para US$ 5,076 milhões.

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