O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta quinta-feira, 10, que a decisão da Moody's de ameaçar retirar o selo de bom pagador do Brasil em breve reflete a atual situação do país e defendeu que é preciso ter união para fazer reformas.
"A questão do rebaixamento reflete a realidade. Se você não se organiza, não tem união e o resultado é sério", afirmou ele ao ser questionado por jornalistas, acrescentando: "O governo não está achando normal ter isso".
O ministro fez ainda uma comparação com o futebol."Tem que trabalhar e tentar voltar para a divisão que você acha que pertence", apontou. Antes, Levy destacou que "ao invés de discutirmos downgrade, temos que discutir upgrade, para sermos um país 'A'."
Na véspera, a Moody's deixou o país mais perto de perder o selo de bom pagador pela segunda grande agência de classificação de riscos ao colocar o rating "Baa3" em revisão para rebaixamento.
A agência explicou que a revisão, que significa normalmente que uma ação pode acontecer em até 90 dias, é consequência da paralisia política, em meio ao processo de abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, e deterioração das condições macroeconômicas e fiscais do país.
Levy destacou ainda que as metas econômicas do Brasil, que enfrenta quadro de retração e inflação de dois dígitos com juros elevados, são influenciadas por fatores externos, "inclusive políticos".
Dívida. O ministro participou de evento da Febraban ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Em discurso, Levy ainda ressaltou que é importante entender que o Brasil tem segurança em relação à sua dívida e que, se não fossem as dificuldades de cunho político, as condições de dívida externa estariam melhores.
"A dívida do Tesouro é de médio e longo prazo", disse Levy.
Ele ainda defendeu a reforma da Previdência Social e a necessidade de encontrar uma fonte de receita para atingir o equilíbrio fiscal.
"É preciso ação de curto prazo para encontrar uma fonte de receita específica para criar uma ponte para chegarmos à estabilidade fiscal", disse ele.
(Com informações da Agência Estado)