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Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Opinião|PIB do primeiro trimestre reitera um País de oportunidades

O investimento aumentou mais do que a variação da atividade econômica, dando sinais de que a capacidade produtiva está robusta

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Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi

Os números do PIB do primeiro trimestre vieram em sintonia com as expectativas mais otimistas do mercado. Após dois trimestres de uma quase estagnação, o crescimento de 0,8% foi uma surpresa alentadora. Nos últimos doze meses, a alta acumulada alcançou 2,5%.

A composição também melhorou, com um crescimento de 16,9% na taxa de investimento (formação bruta de capital fixo). O PIB agropecuário, com alta de 11,3%, foi o setor que apresentou maior expansão. Alcançou a segunda maior taxa da história, só perdendo para a do ano passado.

Composição do PIB também melhorou, com um crescimento de 16,9% na taxa de investimento  Foto: Filipe Araujo/AE

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Do lado da demanda, o consumo das famílias e os serviços foram relevantes. Os números do emprego permanecem sólidos e apontam para a resiliência do consumo. E uma inflação sob controle aumenta o poder de compra das famílias.

Foi um desempenho bom para um cenário desafiador. A trajetória da política monetária nos EUA é a incerteza-chave para os rumos da economia mundial. Não sabemos quando os juros nos EUA devem iniciar o ciclo de queda, o que atrasa a flexibilização monetária também por aqui. E há pontos de atenção domésticos, como as articulações políticas para fazer avançar o programa fiscal e a regulamentação da reforma tributária.

O PIB reflete o passado, mas pode ser um indicador antecedente do futuro. O investimento aumentou mais do que a variação da atividade econômica, dando sinais de que a capacidade produtiva está robusta.

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O potencial de desenvolvimento do Brasil é reconhecido. Temos uma agenda de oportunidades. A primeira delas representa a soma da qualidade do seu capital humano, bem como a abundância de recursos naturais, infraestrutura em ciclo de modernização, o tamanho do mercado e a capacidade empreendedora. A segunda é uma rara combinação de fatores que nos colocam em condições de liderar a transição verde global. São âncoras poderosas.

A terceira oportunidade precisa ser resgatada. Trata-se do legado de políticas de Estado que construímos ao longo do tempo para superar as crises pelas quais passamos e que, até hoje, dão resiliência ao País. Os dois exemplos principais são o Plano Real, que completa 30 anos neste mês, e o regime de metas de inflação, que tem 25 anos.

São evidências de que o Brasil é capaz de produzir políticas econômicas consistentes em ambiente democrático. Sabemos fazer. O principal é perseverar, ter paciência e transmitir à sociedade a sensação de que é possível trabalhar com o pensamento voltado ao planejamento de longo prazo. l

Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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