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Caneta de Dilma faz estrago para Temer

Pacote de bondades da presidente aumentar as dificuldades para o vice arrumar as contas públicas, se assumir o governo

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Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
Atualização:

(Dilma Rousseff/Dida Sampaio-Estadão) Foto: Estadão

A corrida do Palácio do Planalto para lançar o pacote de "bondades" a pouco dias para a votação no Senado que deve afastar a presidente Dilma Rousseff do cargo só elevou o clima de animosidade e embate que já marca a transição de governo.

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A caneta da presidente está a mil com a decisão de divulgar medidas que elevam os gastos para um eventual governo do vice Michel Temer e trazem, por tabela, dor de cabeça para o futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que assumirá com a missão de reverter o rombo que já chega a R$ 142 bilhões em 12 meses das contas do governo federal.

Se já está difícil para os aliados do vice-presidente encararem vespeiros necessários como a desvinculação das despesas da Previdência, suspensão de reajustes dos salários dos servidores e cortes nos programas sociais, mais complexo será retroceder em medidas já anunciadas por Dilma como o reajuste da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 5%.

Por mais que seja legítima a correção da tabela, que não cobre nem de longe a defasagem da inflação, o custo de R$ 5 bilhões não se ajusta ao quadro dramático das contas públicas que necessita de respostas duras no curto prazo para ser encaminhada uma solução no médio e longo prazos.

Essa ação de última hora de Dilma ainda será um teste de fidelidade do Congresso sob a gestão Temer. Até o momento, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se mostraram alinhados com a agenda econômica indicada pelo vice. E agora?

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A equipe de Temer promete um pente fino nas medidas e reversão daquelas que não estiverem de acordo com a política econômica traçada pela equipe liderada por Meirelles. Mas a comparação que hoje é feita pelos aliados do vice é de que Dilma, que não conseguiu aprovar as medidas econômicas encaminhadas ao Congresso, dá o troco ao eventual novo governo com pautas "bombas" que precisam ser desarmadas.

Isso vale também para as medidas de alta de tributos, que o governo pretende lançar nos próximos dias, e que vão na contramão da promessa de Temer de não aumentar impostos na largada da sua gestão. A armadilha está montada.

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