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Brasil sobe no ranking global da propaganda

Os escritórios de agências de propaganda em países emergentes ganham espaço nos rankings internos das grandes redes globais do setor. A brasileira NeogamaBBH, por exemplo, assumiu a segunda posição na listagem por faturamento da holding inglesa BBH, ficando abaixo apenas da sede londrina, mas à frente da operação em Nova York e Tóquio. A BBH Londres teve o pior ano desde sua fundação em 1982. Para manter a rentabilidade do negócio teve que fazer pesados cortes de pessoal e rever diversos processos internos.

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Atualização:

"No mercado interno nós crescemos mais de 45%. Como Londres caiu 10%, nossa posição melhorou", resume Alexandre Gama, presidente e diretor criativo da agência.Clientes como banco Bradesco, a montadora Renault, a empresa de telefonia TIM e a multinacional Unilever estiveram ativos no mercado interno, apesar da crise externa.

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A Leo Burnett do Brasil deve manter a sexta posição no ranking interno da rede americana com sede em Chicago, ocupado em 2008, mesmo em situação inversa - porque perdeu dois clientes, a operadora de cartões Visa e a empresa de telefonia Br Telecom (comprada pela Oi)."Os resultados do grupo serão conhecidos em março, mas acho difícil o Brasil cair porque ganhou a conta da Fiat", pondera Renato Loes, presidente do escritório brasileiro da Leo Burnett e responsável pelo grupo na America Latina. A rede tem 96 agências em 84 países.

Países como China e Índia também conquistam espaço nesses conglomerados de propaganda. A situação se acentuou no ano passado depois que a crise penalizou os mercados europeus e americano, que sofreram quedas de receita de mais de 10%. A questão que se impõe é o que acontecerá quando a economia retomar fôlego.

Para alguns executivos do meio a atual mudança de patamar deve se manter. "Acho que a ascensão dos emergentes é um fenômeno que já vinha se desenhando nos últimos quatro ou cinco anos e a crise apenas acelerou", pondera Stefano Zunino, presidente da JWT no Brasil e membro do board mundial da rede JWT , rede de 200 escritórios em 90 países.

"Os emergentes são hoje um excelente negócio para as empresas de publicidade, porque as multinacionais que atendemos globalmente com prestação de serviços estão investindo cada vez mais nesses mercados. Há espaço para expandirmos, ao contrário de EUA e Europa onde a receita vem caindo como espelho do que acontece na economia", diz Zunino.

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No caso da JWT, as agências do Brasil, China e Índia já ocupam posição entre os dez melhores desempenhos da rede. Loes concorda com Zunino. "Os escritórios melhor posicionados nesses países vão ter possibilidade de crescer mais rápido", considera.

Na Ogilvy, uma das maiores redes de comunicação e marketing global, com mais de 450 escritórios em 120 países, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking interno, atrás de EUA, Reino Unido e China. Há dez anos o País estava em 28º lugar.

"O ranking de 2009 ainda não está fechado, mas poderemos subir uma posição", diz Sérgio Amado, que preside a operação no Brasil e faz parte do board mundial há anos. "Não existe mais emergentes", pontifica ele. "Existem países em crescimento forte e outros em crescimento moderado".

Mais informações no Estado de hoje ("Brasil sobe no ranking global de agências") pág. B10.

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