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Bolsas de NY têm forte queda

O índice Dow Jones caiu 3,15%, enquanto o Nasdaq recuou 3,64%. Já o S&P 500 teve desvalorização de 3,44%

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em queda, reagindo à divulgação de uma leitura mais fraca que a esperada em um relatório sobre os empregos no país e diante dos receios com a Hungria após o vice-presidente do partido Fidesz - que venceu as eleições gerais húngaras em abril - afirmar que a nação do Leste Europeu está diante de uma crise de dívida soberana semelhante à da Grécia. Embora não faça parte da zona do euro, a Hungria é um importante parceiro comercial dos países que utilizam a moeda europeia. "Recebemos um cartão postal da Hungria - as coisas não estão boas, mandem dinheiro. É um lembrete de que a questão da dívida ainda está lá e é importante", afirmou Karl Mills, gerente do Counterpoint Select Fund. Dados divulgados mais cedo pelo Departamento do Trabalho dos EUA mostraram que a economia do país teve um ganho líquido de 431 mil novos postos de trabalho em maio - maior aumento desde março de 2000 -, mas esse número foi favorecido por 411 mil novas contratações temporárias do governo norte-americano para a realização do Censo. Analistas consultados pela Dow Jones esperavam que a economia dos EUA gerasse 515 mil novos postos de trabalho em maio. "Esse número de emprego foi definitivamente uma decepção", disse Terry Morris, gerente de portfólios do National Penn Investors Trust. O Dow Jones caiu 323,31 pontos, ou 3,15%, para 9.931,97 pontos - menor nível de fechamento desde 8 de fevereiro. Todos os componentes encerraram a sessão em território negativo, puxados pelo declínio das ações da Caterpillar (-5,48%), da American Express (-5,25%) e da Boeing (-4,79%). Na semana, o índice acumulou queda de 2,02%. O Nasdaq perdeu 83,86 pontos, ou 3,64%, para 2.219,17 pontos - seu menor nível de fechamento desde 26 de maio -, acumulando queda de 1,68% desde a última sexta-feira. O S&P 500 caiu 37,95 pontos, ou 3,44%, para 1.064,88 pontos, registrando o fechamento mais baixo desde 8 de fevereiro e um declínio acumulado de 2,25% na semana. "Hoje tivemos uma aula de como o medo pode atingir os mercados e de como os indicadores podem apontar para um cenário menos que positivo", disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de mercado da Prudential Financial. "É um mercado tentando se ajustar para um cenário de crescimento mais lento." Na New York Stock Exchange (Nyse), o volume negociado alcançou 1,635 bilhão de ações, de 1,222 bilhão de ações na quinta-feira. Na Nasdaq, o volume somou 2,262 bilhões de ações - 322 ações subiram e 2.406 caíram. No mercado de Treasuries, os preços dos títulos subiram - com respectivo movimento inverso dos juros - e acumularam alta na semana, impulsionados pela aversão ao risco provocada pela notícia da Hungria e pelos dados sobre emprego nos EUA. "Os investidores voltaram a se afastar do risco, devido aos receios com o dilema das dívidas soberanas na Europa e com a durabilidade da robustez da expansão econômica norte-americana", disse Tony Crescenzi, gerente de portfólios do Pimco. A busca por segurança pode dar suporte ao leilão de um total de US$ 70 bilhões em T-notes e T-bonds que o Departamento do Tesouro dos EUA realizará na próxima semana. Serão ofertados US$ 36 bilhões em T-notes de três anos na terça-feira, US$ 21 bilhões na reabertura de uma emissão de T-notes de 10 anos na quarta-feira e US$ 13 bilhões na reabertura de uma emissão de T-bonds de 30 anos na quinta-feira.No final da tarde em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 4,129%, de 4,290% ontem; o juro das T-notes de 10 anos estava em 3,201%, de 3,382% na quinta-feira, inferior ao yield de 3,303% registrado no final da semana passada; o juro das T-notes de dois anos estava em 0,722%, de 0,817% ontem. As informações são da Dow Jones.

 

 

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