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Modelo de concessão de aeroporto pode ser revisto

Secretaria de Aviação Civil reconhece que a obrigatoriedade da participação da Infraero nos consórcios causa um 'ônus' ao País

Por Antonio Pita
Atualização:

O modelo de concessões dos aeroportos do Brasil, que prevê a participação de 49% da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) nos consórcios, pode ser revisto, de acordo com o chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, Moreira Franco. Em palestra no Fórum Exame de Infraestrutura nesta terça-feira, 22, no Rio, Moreira Franco afirmou que o "tempo vai levar a uma compreensão de que existe opções melhores".Ele argumentou que a obrigatoriedade da participação da Infraero nos consórcios que operam os aeroportos causa um "ônus" ao País. "Essa modelagem, de 49% da Infraero, é um sacrifício para o País. Como ela não tem capital, é o Tesouro que faz o aporte necessário para que a participação seja cumprida."Após a palestra, Moreira Franco evitou detalhar como seria um novo modelo. "Temos de buscar sempre boas alternativas. Tem pessoas que entendem que esta não é uma boa prática", afirmou. "Na primeira concessão, havia um prazo diferente para o aporte do capital privado e da Infraero. Agora não, o prazo é o mesmo, o que vai pressionar mais o Tesouro." O chefe da SAC da Presidência da República também defendeu que a Infraero passará por uma "transformação" com a concorrência de operadoras privadas no setor. "Ela não estará mais sozinha no mercado."EmpresasMoreira Franco afirmou que as empresas concessionárias do setor de infraestrutura não têm recursos suficientes para suprir a demanda do País para os investimentos previstos no plano de concessões. O chefe da SAC da Presidência afirmou que é preciso "sofisticar o capitalismo brasileiro" e produzir uma "diversidade de atores" que participam das concessões. "O Brasil precisa de muito investimento, e nós não temos muito players. Se você vê portos, rodovias etc, todos os concessionários estão participando ao mesmo tempo. Eles não têm recursos suficientes para suprir a necessidade do País", avaliou. Segundo Moreira Franco, o programa de aviação regional proposto pelo governo poderá abrir a possibilidade de trazer outros players para o mercado brasileiro. "É preciso que haja um esforço no sentido de sofisticar o capitalismo brasileiro, e essa sofisticação não se dá com os mesmo atores. A diversidade obrigatoriamente significa muitos atores e atores diferentes", concluiu.

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