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Warburg Pincus investe US$ 40 mi na Scanntech, um dos primeiros aportes de fundo de US$ 16 bi

Fundada em 1992, a Scanntech começou a crescer de forma mais acelerada quando lançou uma tecnologia de dados que aumenta a eficiência e o retorno dos investimentos dos varejistas

Foto do author Altamiro Silva Junior

A americana Warburg Pincus, uma das maiores gestoras globais de private equity - como são chamados os fundos que investem em empresas - comprou uma participação minoritária na Scanntech, companhia de tecnologia focada em inteligência e análise de dados para o varejo, por US$ 40 milhões - o equivalente a R$ 210 milhões. Nos planos da empresa, está uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) nos próximos anos.

Fundada em 1992, no Uruguai, a Scanntech começou a crescer de forma mais acelerada no Brasil, a partir de 2017, quando lançou uma tecnologia de dados que aumenta a eficiência e o retorno dos investimentos dos varejistas. A plataforma da empresa tem mais de 30 mil lojas integradas e está presente em mais de 400 redes de supermercados e hipermercados do Brasil. Por ela, passam mais de R$ 550 bilhões de vendas por ano, que são processadas, analisadas, transformadas em relatórios.

Empresas de tecnologia sofreram bastante no mundo em 2021 e 2022, mas há espaço para otimismo, segundo especialista Foto: Fabio Motta/Estadão

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A companhia faturou em torno de R$ 200 milhões em 2022 e vem crescendo a uma média anual de 100%, conta o empreendedor Raul Polakof, um dos cofundadores da Scanntech. Os recursos do Warburg vão ser usados para o desenvolvimento de novos produtos e para acelerar a internacionalização da empresa. Atualmente, a companhia opera no Brasil, Uruguai, Argentina e Peru. Na lista de clientes, nomes como Ambev, Coca-Cola, PepsiCo e Unilever. Apesar dos planos de expansão internacional, o executivo afirma que o Brasil seguirá como maior foco.

As empresas de tecnologia sofreram bastante no mundo em 2021 e 2022, mas há espaço para otimismo, avalia o sócio da gestora Henrique Muramoto. Este é quinto investimento da Warburg Pincus em tecnologia no Brasil, área que a gestora é forte no exterior. O aporte na Scanntech veio quase um ano depois da última cartada do fundo no Brasil, em fevereiro de 2022, quando fez um investimento de US$ 100 milhões na Sólides, companhia voltada para a gestão de recursos humanos de pequenas e médias empresas.

O portfólio ‘tech’ da Warburg Pincus no Brasil inclui nomes como a Superlógica, companhia de software para gestão de condomínios, a fintech Blu, que oferece uma plataforma de gestão de recebíveis, e a empresa de software de comunicação digital Take Blip.

“Já investimentos mais de US$ 2,5 bilhões globalmente em companhias que têm semelhanças com a Scanntech, empresas de dados e serviços de informação”, afirma Muramoto.

A Warburg está perto de concluir a captação de seu novo fundo, de US$ 16 bilhões. “Estamos com o grosso do fundo já captado, mas pode aumentar um pouquinho mais.” A Scanntech é um dos primeiros investimentos dessa carteira. Desde 2016 a Warburg já conhece o empreendedor Raul Polakof, por isso, não foi difícil achar uma oportunidade na área, segundo o sócio da gestora.

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Na Warburg, não há uma quantia definida previamente para investir em cada região do planeta. Vai depender das oportunidades. “Estamos animados em atrair uma parte maior desse fundo para o Brasil”, diz ele. Normalmente, a gestora costuma fazer entre 80 e 100 investimentos por fundo, com cheques que podem ir de US$ 40 milhões a US$ 100 milhões. Nesse fundo, podem até ser um pouco maiores, batendo em US$ 150 milhões a US$ 200 milhões.

Mesmo em momento mais adverso para captar no mercado, Muramoto afirma que a Warburg conseguiu levantar os recursos para o novo fundo sem maiores problemas. Mais de 90% desse fundo veio de investidores que conhecem a gestora há anos. A expectativa é que a captação se encerre ao fim deste trimestre ou pouco tempo depois, com o total podendo superar US$ 16 bilhões.

Sobre a perspectiva de IPO este ano no Brasil, o gestor da Warburg avalia que o ambiente, muito volátil, está complexo para estreias na Bolsa. A expectativa de operações neste começo de ano pode não se concretizar, avalia. Enquanto isso, as empresas não podem deixar de se preparar, no caso de aparecer alguma janela - ou uma “fresta”, no caso do Brasil, comenta.

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