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Ocean Air diz que não participará do leilão da Varig amanhã

De acordo com o presidente da companhia, Carlos Ebner, o maior problema da Varig são seus passivos trabalhista e fiscal

Por Agencia Estado
Atualização:

A companhia aérea Ocean Air já anunciou que não participará do leilão da Varig marcado para amanhã, no Rio de Janeiro. De acordo com o presidente da companhia, Carlos Ebner, o maior problema da Varig são seus passivos trabalhista e fiscal. "Não vemos como blindar essa dívida", disse o presidente da Ocean Air, ao relatar que participou pessoalmente dos estudos realizados pela companhia quando ela pensou em participar do primeiro leilão da companhia gaúcha realizado no início de junho. Nesse leilão, o único lance foi feito pela Nova Varig (NV) Participações, integrada pela entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), dos funcionários da empresa. Contudo, a venda não foi efetivada porque o grupo de trabalhadores da companhia não conseguiu fazer o depósito inicial para adquirir a empresa. O principal executivo da Ocean Air criticou alguns aspectos do processo de realização da nova tentativa de vender a Varig. "Algumas coisas nos parecem estranhas, como o fato de se estarem usando as mesmas regras do leilão antigo. Outra coisa é que vai acontecer o leilão, mas não saiu o edital", afirmou Ebner, acrescentando que se refere não a um anúncio oral da Justiça do Rio de Janeiro, mas à publicação oficial do edital. "O que deveria ter acontecido é que depois da assembléia de credores deveria ter saído o edital", completou. Críticas à Anac Ebner disse ainda que, em caso de falência da Varig, não haverá maiores problemas no mercado doméstico porque as empresas nacionais já estão se acomodando há algum tempo. Ele criticou, no entanto, a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que a Varig - mesmo tendo suspendido várias rotas - continue vendendo bilhetes aéreos. Segundo ele, isso tem obrigado as demais companhias a assumirem os clientes da Varig prejudicados com os cancelamentos de vôos e, portanto, também a assumir os custos disso. "Por isso, a nossa decisão é só transportar em nossos aviões esses clientes quando temos vagas", disse Ebner. A Ocean Air afirma que, desde o início do plano de emergência, há um mês, em que a Anac orientou as empresas aéreas a endossarem os bilhetes de passageiros Varig, já transportou 420 passageiros da concorrente. Em linhas internacionais, a Varig está devendo à Ocean Air cerca de US$ 300 mil por passagens endossadas. Ebner não soube informar esse custo em relação ao mercado doméstico porque ele seria mais diluído em virtude do maior volume de assentos e aeronaves disponíveis. Ele criticou também a resolução da Anac, publicada no início do mês, que estabeleceu um sistema de rodízio para distribuição dos novos horários de pousos e decolagens (Slots) nos aeroportos mais movimentados do País. Para a Ocean Air, o sistema beneficia apenas as grandes empresas TAM e Gol e favorece o duopólio. Segundo Ebner, a Ocean Air tem hoje 22 slots nos aeroporto de Congonhas (SP), o mais disputado pelas companhias e mais movimentado do País, e reivindica na Anac outros 26 slots nesse aeroporto. Ele disse que a empresa foi "prejudicada" no início do ano pela mudança de Departamento de Aviação Civil (DAC) para Anac, porque esta acabou "engavetando" os pedidos da Ocean Air. Projetos da empresa Ebner convocou hoje a imprensa, em Brasília, para anunciar os planos de expansão da empresa aérea que incluem a capital federal como uma das cidades principais. Desde o dia 28 de junho, a Ocean Air opera de segunda a sexta-feira saídas de Brasília para Porto Alegre, Rio de Janeiro (Galeão) e Petrolina. Este último vôo faz paradas em Salvador e Recife. O presidente da companhia informou que a empresa reivindica também da Anac designação para voar para Bogotá, na Colômbia, e Caracas, na Venezuela. Segundo Ebner, a estratégia da empresa é consolidar seu crescimento na América Latina e, até o fim do ano, começará a voar para Los Angeles (Estados Unidos), onde já tem a permissão, completando a malha de vôos que já faz para Lima (Peru). Ele relatou que a empresa transportou, em junho deste ano, 51 mil passageiros e pretende chegar a pelo menos 150 mil por mês até o fim do ano. Com isso, a empresa elevaria sua participação no mercado de 1,33% atualmente para 2% a 2,5%. O diferencial que a Ocean Air pretende oferecer para conquistar mais clientes são preços mais baixos, melhor serviço de bordo e conforto para os passageiros. "Detectamos que há um espaço para ocupar espaço entre os órfãos da Varig, que sempre fizeram questão desse conforto", comentou.

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