A polícia impediu, neste domingo, 24, a entrada do presidente do Banco Central da Argentina, Martín Redrado, no prédio do banco, em meio a uma crise institucional provocada pela intenção da presidente Cristina Kirchner de usar as reservas do país para pagar a dívida. Redrado se dirigiu ao Banco Central neste domingo com seus advogados, mas policiais federais o impediram de entrar no prédio e ter acesso aos seus escritórios, segundo denunciou o presidente do BC em um comunicado.
Redrado afirmou ter denunciado ao chefe do Gabinete, Aníbal Fernández, que um funcionário disse na sexta-feira que ele não poderia entrar na sede da autoridade monetária argentina.
No dia 7 de janeiro, a presidente Cristina Kirchner demitiu Redrado, após ele rejeitar seu projeto para a criação de um fundo, com US$ 6,5 bilhões das reservas do Banco Central, visando ao pagamento da dívida pública com vencimento em 2010.
Redrado apelou à juíza María José Sarmiento, que o confirmou no cargo, além de proibir o uso das reservas para pagar a dívida, que totaliza cerca de US$ 13 bilhões.
Na última sexta-feira, a decisão da Câmara de Contencioso Administrativo manteve a proibição do uso das reservas, embora não tenha confirmado Redrado no cargo, de acordo com a opinião da maioria dos constitucionalistas.
Redrado mesmo assim compareceu ao Banco Central neste domingo, mas a polícia negou-lhe a entrada. Uma comissão do Congresso decidirá na próxima semana sobre a demissão do presidente do BC, apesar de a decisão não ser obrigatória. As informações são da France Presse.