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Prefeituras digitais ficam 24 horas no ar

Digitalização do acesso a serviços como locais de enchente e risco de ventanias passam a ser obrigação

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Por Estadão Blue Studio
4 min de leitura

Simples, direta e de baixo custo, a integração de serviços públicos a canais digitais de consultas e atendimento aos cidadãos ganhou de vez as cidades brasileiras. Mais de mil prefeituras já disponibilizaram seus aplicativos, que na maioria dos casos também servem para que os cidadãos comuniquem problemas à administração e recebam alertas do que está acontecendo na cidade.

O app do Rio de Janeiro, por exemplo, surgiu como um passo natural após a criação do Centro de Operações do Rio, o COR, há 12 anos. A decisão de montar a instituição, que hoje integra 30 secretarias municipais e concessionárias de serviços públicos, além de operar um datacenter próprio, foi tomada após uma das várias tragédias que assolam a cidade no verão, ainda mais em tempos de aumento dos eventos extremos por causa das mudanças climáticas.

Divulgação Foto: karelnoppe

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A sala de operações do COR, de mais de 440 m², dispõe de um videowall com 104 m² formado por 125 telas. Em tempo real, explica Alexandre Cardeman, chefe-executivo do Centro, é possível monitorar tudo o que acontece na cidade. Da central, os dados vão alimentar o aplicativo, os painéis eletrônicos nas ruas e até em podem aparecer nos placares dos estádios em dias de jogos.

“A pessoa, dessa forma, tem acesso a toda a situação da cidade. Os radares, as câmeras, as ocorrências e a situação do transporte público estão na palma da mão”, explica o coordenador do COR. O cidadão, ao usar o app, é localizado por georreferenciamento, permitindo que a informação seja ainda mais qualificada, de acordo com a região onde ele se encontra. “A informação na mão do cidadão, empoderando-o a tomar uma decisão, é o que faz uma cidade ser inteligente”, afirma Cardeman.

Os vários sensores de IoT espalhados pelo Rio de Janeiro, que coletam dados de alagamento, dos pluviômetros, da velocidade do vento, das condições do mar e até da contagem de carros nas vias mais movimentadas, formam o esqueleto do sistema de tecnologia da capital fluminense. Mas até informações das redes sociais e publicadas pela imprensa ajudam na contextualização das condições urbanas. A integração de todas as fontes de informação é considerada fundamental para que se possa atuar com eficiência, defendem os gestores do COR. Parceiros privados, como Google, Waze, Moovit e até a Nasa, também fornecem dados em tempo real que são usados pelo município.

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Governos focam na segurança cibernética

A transformação digital em curso nas cidades precisa andar em sintonia com a preocupação em segurança cibernética. Sob pena de os dados dos cidadãos ficarem vulneráveis e da infraestrutura urbana, como o trânsito, entrar em colapso. Redes seguras, protegidas por sistemas de criptografia e autenticação controlados, serviços de nuvem bem orquestrados, com dados seguros em várias camadas, estão entre as providências a serem adotadas pelos gestores municipais, segundo Guilherme Araújo, diretor de Serviços da Blockbit.

Para o executivo, um bom plano envolve o cuidado a uma ampla gama de dispositivos e sistemas, desde câmeras de vigilância, semáforos automatizados até ferramentas digitais de gerenciamento de tráfego. E passa pela atenção dos controles digitais dos serviços de energia e abastecimento. “Eventuais falhas de proteção nesses sistemas podem levar a consequências devastadoras, uma vez que ciberataques direcionados a frentes estratégicas dos serviços públicos podem interromper o funcionamento das cidades “, analisa Araújo.

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Plataformas urbanas começam a surgir pelo Brasil

Em Pindamonhangaba, no interior paulista, 19 áreas do governo estão integradas em uma mesma plataforma eletrônica. Com base em ciência de dados, os gestores do município já usam os dados gerados pelos seus sistemas eletrônicos para tomar decisões, a partir da metodologia BI (Business Intelligence).

“A cidade faz uso de um intenso conjunto de dados preditivos, obtidos pelas iniciativas do governo digital e do uso de dispositivos inteligentes em prédios públicos e nas ruas, para monitorar a segurança pública e também avançar na frente da educação. Tudo, baseado em conectividade via redes de alto desempenho”, explica Danilo Velloso, secretário de Tecnologia, Inovação e Projetos do município.

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Na cidade, prédios públicos, praças e câmeras estão equipadas também com câmeras de monitoramento e sistemas de reconhecimento de imagens, entre outras soluções. Na área de interface com os cidadãos, os gestores de Pindamonhangaba investiram em atendimento eletrônico e totens interativos, além de uma plataforma eletrônica de pagamento e negociação de tributos. Alguns pontos instalados em locais públicos funcionam 24 horas por dia para o atendimento dos interessados.