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Segurança pública turbinada pela IA

Cidade na Argentina gerencia imagens captadas por mais de 2 mil câmeras

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Por Estadão Blue Studio
3 min de leitura

Segurança pública é uma das maiores preocupações dos moradores de qualquer cidade. O que vem fazendo com que soluções de tecnologia de vídeo acopladas à inteligência artificial estejam ganhando terreno por se mostrarem ferramentas eficientes contra a criminalidade.

O chamado sistema de vídeo analítico é capaz de identificar a presença de quaisquer elementos incomuns ou estranhos (pessoas portando armas, por exemplo) por meio da análise constante das imagens. Comportamentos fora do padrão fazem com que um sinal de alerta eletrônico seja dado. Por isso, a ferramenta vem sendo usada principalmente em áreas de acesso restrito nos aeroportos, nas estações, nas escolas e até em estádios. Locais abertos, como parques, praças e grandes avenidas também ficam sob vigilância da IA.

Divulgação Foto: ismagilov

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Na cidade turística de Tigre, região metropolitana de Buenos Aires, a tecnologia já instalada para ajudar na segurança pública está integrada ao monitoramento do trânsito urbano. O que aumenta o controle dos gestores da cidade sobre a circulação geral. “As pessoas, muitas vezes, se sentiam ameaçadas na cidade em virtude dos casos violência urbana, que é basicamente o que ocorre em muitas cidades na América Latina”, diz Elias Reis, head de Cidades Inteligentes da NEC, empresa que implementou a central de controle no município próximo a Buenos Aires.

Dentro do conceito de “safe city”, adotado pela cidade, criou-se uma central eletrônica que recebe imagens geradas por mais de 2 mil câmeras. O sistema consegue ler placas de veículos e fazer reconhecimentos faciais. De acordo com a prefeitura, houve uma redução de 80% no roubo de veículos, por causa do sistema.

Do lado de cá da fronteira, em Brasília, o movimento fora do aeroporto internacional da capital federal também é monitorado por um sistema de vídeo. As câmeras móveis e fixas leem tanto o fluxo de veículos, quanto os carros parados em locais proibidos. Toda a atitude suspeita também é flagrada pelo sistema. De acordo com os administradores do aeroporto, as filas de carros nas áreas externas de embarque estão menores. “O sistema gera um alerta quando o tempo de permanência do veículo se esgota e o motorista ainda está lá”, diz Luiz Otávio Maciel, analista da Roost, empresa que planejou a aplicação.

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No interior do Paraná, a tecnologia, por sua vez, está a favor da segurança no transporte coletivo. Pontos de ônibus de Foz do Iguaçu contam com uma ferramenta eletrônica que monitora o intervalo de passagem dos veículos e também interliga as imagens colhidas nos locais com centrais da polícia e das empresas de transporte. A parceria entre a Intelbrás e a startup Infravias ainda permite que os usuários dos coletivos tenham pontos para carregar o celular nos pontos, além de acessar o wi-fi. Todo o sistema é alimentado por energia solar.

Caça vazamentos

O uso da inteligência artificial para combater o desperdício de água já é uma realidade em Brasília. Isso porque a cidade conta com a operação de dispositivos de IoT e IA programados para reconhecer vazamentos nas tubulações. A iniciativa, que consegue achar problemas com precisão, é fruto de uma parceria da Embratel com a Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal).

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Os sensores instalados nas tubulações enviam informações a computadores por meio de rede celular e a IA. Quando os algoritmos detectam padrões diferentes pode-se chegar ao local dos vazamentos. O lugar preciso é determinado com ajuda de vibrações e ruídos dos canos.

As informações coletadas pela tecnologia são então processadas em nuvem e apresentadas em um painel de controle com alertas e recomendações às equipes de manutenção, que chegam rapidamente para os reparos.

“Esse projeto mostra como a tecnologia é capaz de diminuir de modo expressivo a quantidade de água tratada desperdiçada no País”, diz Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel para Governo. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a cada 10 litros de água que deveriam ser entregues às casas brasileiras, quatro são desperdiçados.