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Uma longa jornada

Nas cidades, o uso de ferramentas digitais não é o fim, mas o meio

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Por Estadão Blue Studio
3 min de leitura

Aquestão é mundial mas, no Brasil, ela ganha mais dramaticidade. Por causa dos indicadores desiguais, e de carências básicas, os desafios para a aplicação de tecnologias disruptivas no dia a dia de uma cidade são quase intransponíveis.

Como o nível de maturidade varia muito de município para município, o percurso até uma jornada digital minimamente eficaz é longo. São vários fatores que influenciam no processo. Desde maior ou menor acesso a tecnologias em si até o desenvolvimento do capital humano da cidade. Financiar toda a implementação também é primordial.

Divulgação Foto: Getty Images

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“Basicamente, os gestores brasileiros têm que focar em três grandes objetivos: um é o desenvolvimento econômico, o outro é a inclusão social e o terceiro, cada vez mais na pauta, é a questão da gestão ambiental. A tecnologia de smart cities não é o fim, ela é o meio para você atingir os três propósitos”, avalia Márcia Ogawa, especialista em tecnologia e telecomunicações.

Uma cidade não é diferente de uma empresa, compara Elias Reis, head da área de Cidades Inteligentes da multinacional NEC. Isso porque ambas devem ter todo controle de caixa, de pagamentos, das receitas e despesas. “Um município com foco em governança que consegue ter informações por meio de sensores, câmeras, semáforos, interligar suas secretarias e ter seus sistemas bem orquestrados terá muito mais facilidade de fazer uma boa gestão”, explica o especialista. “São dados que vão permitir alocar recursos com muito mais precisão e para áreas onde é realmente necessário”.

Um município que busque ser realmente inteligente, atesta Reis, precisa buscar interligar as políticas públicas de todas as áreas da administração municipal. “Esse analytics, o cruzamento dos dados com inteligência, extraindo dali o valor das informações, é o que facilita a tomada de decisões e passa a ser um importante trunfo”, avalia Reis.

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Thiago Araki, diretor de Tecnologia da Red Hat para a América Latina, afirma que a conectividade é o grande pilar das tecnologias das smart cities. “Antes de uma cidade se tornar inteligente, ela precisa estar conectada”, explica. “A infraestrutura digital subjacente deve estar em vigor, incluindo uma rede de sensores e dispositivos de coleta de dados, redes abrangentes de banda larga e sem fio e plataformas nas quais os dados podem ser armazenados e compartilhados.”

Conceito amplo

Além de estar conectada e usar tecnologias disruptivas, uma cidade que realmente mereça a alcunha de inteligente precisa construir estratégias voltadas para o bem-estar de seus cidadãos. É um conceito amplo, que compreende desde aumentar a eficiência na interação das pessoas com os serviços públicos até dar mais modernidade à gestão. O que pode ser feito com planejamento baseado em IA e análise de dados.

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De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma cidade inteligente é “um espaço que potencializa a digitalização para aumentar o bem-estar dos cidadãos e fornecer serviços e ambientes urbanos mais eficientes, sustentáveis e inclusivos”. É um modelo de gestão com potencial de criar por volta de US$ 1,6 trilhão de valor adicional em todo mundo até 2025, segundo estimativas da empresa de consultoria de gestão McKinsey.