Atualizado às 16h35
Dado o quadro de incertezas com a política fiscal do País, não há dúvidas para o Banco Central de que o Brasil receberá mais um downgrade. Desta vez, pela agência de classificação Fitch, que ainda oferece ao País dois degraus de investment grade (grau de investimento). Em nota, o BC, no entanto, negou a informação de que a instituição já espere o rebaixamento pela Fitch.
A expectativa, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, é de que a agência desça apenas um patamar e a "torcida" é para que a perspectiva não caia para "negativa", o que poderia indicar que uma nova queda, aí sim perdendo o selo de bom pagador, é iminente. O outlook seria o principal foco de tensão sobre o tema dentro da autarquia.
Nesta terça-feira, uma equipe da agência esteve em Brasília com técnicos do Ministério da Fazenda para avaliar a situação econômica do País. Os dois lados prometem "sigilo total" sobre os temas conversados. Há uma semana, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, considerou que a situação ficou "mais desafiadora" após a retirada do grau de investimento pela Standard & Poors.
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No último dia 9, a S&P anunciou a retirada do selo de bom pagador para o Brasil. A agência havia sido a primeira a conceder o rótulo ao País. Desde então, o Banco Central já ingressou três vezes no mercado oferecendo leilões de linha.
No total, foram ofertados US$ 7,5 bilhões, mas ainda não se tem o resultado final das operações. O primeiro leilão de venda com promessa de recompra, no valor de US$ 3 bilhões, antes do rebaixamento, fechou só 10% desse valor em negócios. A apuração do leilão do dia 10 será conhecida apenas nesta quarta-feira e a realizada nesta segunda-feira, daqui a uma semana.
Na mesma audiência na CAE, Tombini ressaltou que nenhuma das três grandes agências de classificação de risco aponta vulnerabilidade do câmbio no Brasil. Até agora, o BC preferiu não mexer no dinheiro das reservas, de cerca de US$ 370 bilhões, mas se a demanda baixa pelo leilão de linha se perpetuar reduz a alternativa de atuação do BC.
O dólar nesta terça-feira ultrapassou a barreira de R$ 4,00. A Moodys é a terceira agência de peso internacional e que também não mexeu na nota brasileira, ainda de grau de investimento. Conforme a empresa se pronunciou nesta terça-feira, não há previsão de revisão do rating do País em 2015.