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Serra culpa Petrobras por reajuste de gás natural em SP

Por Carolina Ruhman
Atualização:

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou hoje o anúncio de reajuste extraordinário de gás natural distribuído pela concessionária Comgás e culpou a Petrobras pelo aumento das tarifas. Para ele, a decisão dificulta a situação do setor industrial e não contribui no combate aos efeitos da crise financeira internacional. "Não ajuda a enfrentar a crise, pelo contrário, pode provocar mais desemprego, dificuldades para as empresas e também aumento da inflação", afirmou Serra, após participar da cerimônia de assinatura de contratos de gestão das Organizações Sociais de Saúde, em um Ambulatório Médico de Especialidades (AME), no centro da capital paulista. Segundo o governador, o reajuste do gás atua como uma forma de pressão de alta sobre os preços. "Aí, depois vem o Banco Central e diz que não pode baixar os juros porque a inflação subiu ou a inflação não caiu. Isso, nesse aspecto, está relacionado com a política de preços da Petrobras", disse. Ele afirmou que a Petrobras cobra pelo gás boliviano a partir de um preço correspondente a US$ 110 o barril do petróleo. "O barril do petróleo hoje custa menos de US$ 40 e a Petrobras continua cobrando US$ 110", disse Serra. Segundo ele, a Petrobras "alega que esse é um contrato com a Bolívia, mas é um contrato muito ruim". "Não devia ter sido feito assim nem renovado dessa maneira", criticou. Diante deste cenário, Serra vê como inevitável o reajuste do gás. "A Petrobras não diminuiu o preço, apesar de o preço (do petróleo) ser duas vezes e meia menor." O governador ressaltou, entretanto, que a desvalorização do real também pesou para o reajuste. Segundo informou a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) ontem, o aumento será exclusivo para os segmentos industrial, comercial e veicular. Na classe industrial, o aumento foi de 10,25% para clientes com faixa de consumo de 10 mil metros cúbicos por mês, de 14,67% para a faixa de 100 mil m³ por mês e de 17,56% para a faixa de 500 mil m³ por mês. No segmento comercial, a alta foi de 6,29% para a faixa de consumo de 100 m³ por mês e 7,76% para a faixa de 1 mil m³ por mês. Para o gás natural veicular (GNV), o incremento concedido foi de 22,17%.

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