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Como convencer a empresa a investir em educação continuada? Veja dicas para abordar o tema

Investimento pode ser benéfico para profissionais e organizações, mas é fundamental analisar as áreas que precisam de desenvolvimento, planejar custos e avaliar tempo disponível

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Foto do author Geovanna  Hora

RESUMO: Investir em educação continuada é positivo para a empresa e para o profissional, mas é importante entender quais áreas demandam mais atenção e quais habilidades precisam ser desenvolvidas para resolver os problemas. O momento da carreira e a situação financeira da organização também interferem no tipo de curso que será escolhido. O gestor precisa deixar claro os critérios utilizados ao conceder o investimento a um profissional, para não causar atrito com grupos que não foram beneficiados.

Este conteúdo faz parte da série de reportagens do Estadão sobre educação executiva.

Escolher o curso é o primeiro passo

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Antes de conversar com o gestor sobre o investimento na educação continuada, o profissional precisa definir qual é o curso ideal para o seu momento na empresa.

O professor e diretor da Fundação Getulio Vargas (FGV) In Company, João Lins, afirma que cinco análises são importantes para tomar essa decisão:

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  1. Quais os objetivos de carreira?
  2. Quais as habilidades necessárias para alcançá-los?
  3. Qual a melhor instituição para a sua área de atuação?
  4. Qual a melhor metodologia para o seu perfil?
  5. O que você tem em comum com ex-alunos desse curso?

O profissional precisa definir suas prioridades, sem esquecer que está em uma maratona e não em uma corrida de cem metros. A análise é importante para que o investimento tenha o melhor retorno possível.

João Lins, professor e diretor da Fundação Getulio Vargas (FGV) In Company

Pedir investimento em educação continuada exige preparo e dedicação.  Foto: Yuri Arcurs peopleimages.com

O gerente da consultoria de recrutamento Robert Half, Leonardo Berto, afirma que o nível do cargo ocupado - ou pretendido - também influencia a escolha do curso e a forma de pedir o investimento.

  • Para posições que não incluem gestão de pessoas, como analistas, especialistas e assistentes, o ideal é listar atividades desempenhadas, identificar habilidades técnicas que podem ser melhoradas e definir especializações de curto prazo, com o objetivo de otimizar o trabalho no dia a dia.
  • Já funções de gestão inicial, como coordenadores, supervisores e gerentes, pedem cursos de longo prazo voltados para o funcionamento do mercado e desenvolvimento de liderança, como MBAs e pós-graduações.
  • Quem está em cargos de alta gestão precisa buscar o aprimoramento das competências, com MBAs executivos, cursos avançados de idiomas ou mentorias aprofundadas sobre um problema específico.

Todo esse processo é um exercício de autoconhecimento importante a ser feito. Quando a proposta de estudar parte do profissional, ele ganha uma visibilidade interessante na empresa.

Leonardo Berto, gerente da consultoria de recrutamento Robert Half

Como conversar com a empresa sobre o tema?

A forma como o assunto é abordado pode influenciar a decisão do gestor. O professor João Lins recomenda que o profissional se prepare e estruture a conversa com base em quatro tópicos:

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  1. A relação entre os cursos escolhidos e os desafios da empresa: o ideal é estudar o programa, entender como as aulas vão ajudar a desenvolver habilidades e trazer exemplos práticos do impacto que isso terá nos problemas do dia a dia.
  2. Como a capacidade de inovação e adaptação será trabalhada: Lins explica que o ritmo de mudanças nos próximos anos será inédito e a importância de buscar por atualizações é um ponto a favor do investimento em educação.
  3. O seu histórico na empresa: é mais provável que o gestor escolha investir em um profissional que já demonstrou estar comprometido com os objetivos, que tenha uma boa performance e potencial para assumir novas funções.
  4. O interesse de crescer junto com a empresa: mostrar que o seu planejamento está alinhado às metas da companhia é um diferencial.

Veja no quadro abaixo o que não pode faltar na conversa com o gestor:

Quais justificativas apresentar?

Para se preparar, é importante pensar em quais são as justificativas para esse investimento. O ideal é mostrar como os estudos beneficiam os dois lados.

Berto aponta que, do ponto de vista do empregador, as três principais vantagens são:

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  • Trabalhar a qualificação do profissional, o que ajuda a melhorar processos que já existem ou a corrigir lacunas.
  • Ser uma estratégia de retenção de talentos, já que a pessoa se sente valorizada e segura. Isso também pode impactar positivamente na produtividade e no desempenho.
  • Os ganhos na performance e resultados. Se a análise dos pontos a serem desenvolvidos foi bem executada, o profissional vai adquirir habilidades para resolver os desafios de uma maneira estruturada.

Já para o profissional esse investimento significa:

  • A possibilidade de expansão do networking ao conhecer pessoas com experiências diferentes, mas com os mesmos objetivos.
  • O desenvolvimento do pensamento estratégico, ao ser desafiado a pensar de maneiras diferentes e encontrar novas fontes de soluções para antigos problemas.
  • Um ambiente de controle e segurança onde é possível testar ideias e ver o que tem mais chances de funcionar na prática a curto, médio e longo prazos.

Cuidados importantes

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O gerente da Robert Half destaca que a empresa precisa comunicar para todos os funcionários os critérios para oferecer o investimento a um profissional ou a um grupo, já que ruídos na comunicação podem gerar insatisfação por parte de quem não foi contemplado.

Outro ponto importante é alinhar as expectativas da pessoa e da companhia, para evitar frustrações.

É algo que sempre requer atenção e planejamento. O ideal é construir uma política para a concessão das bolsas. Essas são algumas precauções, que são importantes para a empresa se orientar e proteger, mas o investimento é em conhecimento e isso é sempre positivo.

Leonardo Berto

Qual o melhor momento para tocar no assunto?

O melhor momento para pedir por esse investimento é na crise ou no crescimento? A resposta é: depende. Lins explica que é mais fácil abordar o tema quando a situação financeira for favorável, contudo, os desafios podem exigir que a empresa invista nos profissionais.

Berto aponta que a hora certa também varia de acordo com o tempo de duração do curso. Se é um período de cortes de despesas, o ideal é evitar programas longos e focar em temas que possam ajudar a contornar o problema.

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Ele também avalia que, para tentar reduzir os custos, a empresa pode contratar um consultor externo ou escolher um profissional que tenha domínio sobre uma ferramenta ou assunto para realizar treinamentos com um grupo maior de pessoas.

“De um MBA no exterior a um curso de software de dados, o mais importante é não parar de estudar”, analisa o gerente da Robert Half.

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