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Debate sobre agricultura regenerativa ganha mais peso

Conceito da agricultura regenerativa - técnicas que em última análise se voltam para a biologia e o mundo natural do que para a tecnologia e mecanização - surgiu nos anos 1980 nos Estados Unidos

Por Eduardo Geraque

Com a preocupação do setor agropecuário em aumentar a produtividade e emitir menos carbono para a atmosfera – o que também impacta, no caso do Brasil, menos necessidade de desmatar os ecossistemas naturais – a chamada agricultura regenerativa ganha cada vez mais peso.

O que significa, por exemplo, que o mercado de produtos biológicos vai ter cada vez mais mercado. Hoje, existe um aumento no uso de bactérias fixadoras de nitrogênio nos solos por parte dos produtores, por exemplo. O que significa menor necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados. Estimativas dão conta que mais de 30 milhões de hectares, no Brasil, são explorados com o uso de produtos biológicos. 

Setor agropecuário se preocupa em emitir menos carbono para a atmosfera;agricultura regenerativa pode ajudar. Foto: Rafael Arbex/Estadão

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O conceito da agricultura regenerativa – técnicas que em última análise se voltam para a biologia e o mundo natural do que para a tecnologia e mecanização – surgiu nos anos 1980 nos Estados Unidos

O pesquisador Robert Rodale é considerado um dos pais dessas práticas. Ao propor estratégias que visam associar a saúde do solo ao bem estar humano.

Como avalia Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, em um texto para o Estadão publicado em abril de 2021, “a agricultura regenerativa, no limite, pode ser vista como um agente de paz, pelo aumento da oferta de alimentos, e de saúde, pela melhoria da microbiologia do solo”.

Em texto publicado em 2021, Osvaldo Viu Serrano, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), da Unicamp, afirma que principal causa da degradação das pastagens é o manejo incorreto, que mantém taxa de lotação animal maior que a capacidade de suporte.

Para ele, “é fundamental a implementação de sistemas pecuários mais sustentáveis, com pastagens produtivas, bem manejadas, em consórcio com espécies arbóreas, arbustos leguminosos e integrados à lavoura”. “Há aí enorme potencial de melhoria dos atributos físicos do solo, sequestro de carbono, e aumento da produtividade vegetal e animal”, escreveu.

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Atualmente, nenhum especialista no assunto afirma que as práticas mais sustentáveis vão substituir o uso dos insumos convencionais, como os agroquímicos e os fertilizantes. Mas quanto mais a agricultura regenerativa avançar, avaliam as empresas do setor, melhor será para os negócios e para o planeta.  

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