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‘Temos de ser pacientes com a Argentina’, diz Miguel Jorge

Para o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a parceria com o país vizinho é fundamental e, por isso, não interessa ter um parceiro tão forte com dificuldades econômicas

Atualização:

SÃO PAULO - Miguel Jorge, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e sócio da Barral MJorge Consultores Associados, disse nesta segunda-feira, 21, que, apesar da recorrência de problemas provocados pela Argentina na relação comercial, o Brasil deve ser "paciente" com o país vizinho. "A Argentina é um parceiro fundamental para o Brasil. E não interessa termos um parceiro tão forte com dificuldades econômicas", afirmou, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo.

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De acordo com Miguel Jorge, o Brasil, assim como as demais ações do Mercosul, devem trabalhar por uma integração produtiva, ou seja, devem estimular empresas a terem linhas de produção também nos demais países do bloco comercial. "Essa é a única saída para um bloco com disparidade tão grande entre os países", disse.

O ex-ministro afirmou ainda que as dificuldades enfrentadas atualmente pelo Brasil no comércio exterior não se devem apenas a restrições causadas pela Argentina ou outros países. "Não podemos pôr a culpa toda nos outros. Somos um país adulto e precisamos parar de choramingar", disse, lembrando que o Brasil deve fazer a sua parte e cortar tributos que incidem sobre a cadeia produtiva.

Comércio exterior

Miguel Jorge também afirmou acreditar que o comércio exterior brasileiro terá um desempenho melhor neste ano do que o verificado em 2011, quando o País registrou corrente comercial recorde de US$ 482,3 bilhões, com saldo positivo de US$ 29,8 bilhões. No entanto, ele acredita que o Brasil deve sair da "inércia" e buscar ampliar as vendas para novos mercados, como países da África, da América Latina e árabes em uma época em que economias desenvolvidas passam por dificuldades.

"Vamos superar o que fizemos no ano passado, mas parece que o comércio exterior brasileiro está em uma inércia", disse, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo. "Não podemos ficar na retranca e apenas tentar barrar as importações. Precisamos sair para vender mais."

O ex-ministro disse que a indústria nacional, porém, tem de aumentar a produtividade e alcançar a "competência" da agricultura brasileira. "Se a produtividade da indústria chegasse perto da produtividade da agricultura, estaríamos em situação muito melhor", afirmou.

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