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UE inclui tarifas têxteis brasileiras em negociação

Por Agencia Estado
Atualização:

A União Européia (UE) inclui todo o universo tarifário do setor têxtil brasileiro em seu documento-resposta à negociação bilateral em curso. Esta lista global completa o quebra-cabeça das negociações entre UE e Brasil para o setor têxtil. Até o momento, estava acertado que a UE suspenderá cotas para 10 categorias de produtos e em troca o Brasil não aumentará as tarifas vigentes dos têxteis, que hoje variam entre 4% e 20%. Mas faltava a lista européia sobre a qual o Brasil fechará o acordo tarifário. A lista da UE surpreendeu os negociadores brasileiros, porque incluiu não só os produtos têxteis importados pelos europeus, como todos os produtos têxteis importados do mundo inteiro pelo Brasil. Caso o Brasil aceite a lista européia, não poderá aumentar as tarifas vigentes, que estão abaixo do teto estabelecido no Acordo dos Têxteis da Organização Mundial de Comércio (OMC). "Agora temos que fazer o nosso dever de casa, avaliar cada produto, checar todas as tarifas indicadas por eles", avalia um diplomata brasileiro. O governo brasileiro analisa o documento europeu, nesta quinta-feira à tarde, na reunião do Grupo de Gestão de Comércio Exterior (Gecex), órgão colegiado subordinado a Câmara de Comércio Exterior (Camex), em Brasília. Esta é a segunda versão da proposta européia. No primeiro documento, a UE reivindicou o compromisso brasileiro de discutir rebaixamento tarifário para o setor no âmbito do Mercosul. Proposta recusada pelo Brasil sob a alegação de que não pode negociar em nome do grupo. Na resposta que seguiu nesta quarta-feira para Brasília, está acordada a redação de um documento em separado, onde o Brasil assumirá um acordo de cavalheiros de levar a questão aos fóruns do Mercado Comum. As 10 cotas brasileiras abrangem os segmentos de fio de algodão, tecidos crus, algodão tinto, sintético e de fibras sintéticas, t-shirt, calças, roupas de cama e mesa, além dos felpudos. Esta troca de documentos entre Brasil e UE será feita até as partes afinarem o texto final. Se tudo correr bem, o scordo segue para aprovação em uma reunião geral da UE, no dia 6 de maio, e depois deve ser submetido ao Conselho de ministros da UE, segundo os trâmites comunitários.

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