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Venda da Eletropaulo pode ir à arbitragem

Na briga com a italiana Enel por empresa de energia paulista, Neoenergia diz que pode ainda adotar medidas judiciais para defender seus direitos

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Por Redação
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A Neoenergia, da espanhola Iberdrola, pediu ontem instauração de arbitragem contra a Eletropaulo e afirmou que pode ainda adotar medidas judiciais ou administrativas para defender o que entende ser seu direito. O movimento é mais um capítulo da disputa entre a Neoenergia e a italiana Enel pela aquisição da empresa de energia paulista, a maior distribuidora do Brasil em faturamento.

Em abril, a Neoenergia assinou acordo com a Eletropaulo para comprar até todos os papéis de uma emissão da empresa e posteriormente apresentar uma oferta pela aquisição da companhia. Mas a Eletropaulo cancelou a oferta de ações após receber uma nova proposta, feita pela italiana Enel, a um valor maior que o ofertado pela rival.

Briga pela Eletropaulo pode definir liderança no mercado de distribuição do País Foto: Sergio Castro/Estadão

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“A decisão de cancelamento da oferta primária viola o Acordo de Investimento firmado”, disse em fato relevante a Neoenergia. Em resposta, a Eletropaulo afirmou que “o pedido apresentado é improcedente, tendo sido o acordo cumprido integralmente, o que será demonstrado ao longo do procedimento”.

No contrato, divulgado em 17 de abril, a Neoenergia firmou o compromisso de ficar com as novas ações a serem emitidas pela Eletropaulo por R$ 25,51 por papel. No mesmo dia, no entanto, a Enel apresentou uma oferta de R$ 28 por ação pela distribuidora.

Diante disso, o conselho da Eletropaulo decidiu suspender a oferta primária de papéis, por entender que o cancelamento permitiria a “melhor evolução da competitividade entre as ofertas públicas para aquisição de ações da companhia atualmente em curso”.

A elétrica italiana chegou a questionar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em anúncios em jornais o acordo de investimento entre Neoenergia e Eletropaulo, que, segundo a empresa prejudicaria a competição pelo negócio.

Os espanhóis da Iberdrola, por sua vez, acionaram a Comissão Europeia alegando que a Enel estaria praticando concorrência desleal pela aquisição.

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Lances. Em meio à briga, as elétricas voltaram a elevar seus lances, e no momento a proposta mais alta sobre a mesa é da Enel, de R$ 32,20 por ação da Eletropaulo, o que poderia envolver cerca de R$ 5,39 bilhões pela totalidade da companhia, contra oferta de R$ 32,10 da Neoenergia.

As propostas serão apresentadas aos acionistas da Eletropaulo em um leilão agendado pela CVM para 4 de junho, quando novos lances poderão ser feitos.

A briga entre Enel e Iberdrola pela Eletropaulo representa também uma briga pela liderança do mercado brasileiro de distribuição de eletricidade – qualquer um dos grupos que ficar com a empresa vai se tornar a maior do setor, ultrapassando a atual líder, CPFL Energia, da chinesa State Grid. / LUCIANA COLLET, COM REUTERS

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