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<!-- eeducação -->Prefeitura de SP abre sua primeira superescola

Marta Suplicy diz que centros integrados darão educação de qualidade e serão núcleos de desenvolvimento comunitário. Recursos de outras escolas vão para o projeto, que desperta críticas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), inaugurou nesta sexta-feira em Guaianases, zona leste da cidade, o primeiro Centro Educacional Unificado (CEU), uma marca que ela pretende deixar gravada em sua administração. Por isso, aliás, ela convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o evento. Com cerca de 49 mil metros quadrados de área, o CEU oferecerá berçário, creche, laboratório fotográfico, ensino infantil e fundamental, auditório, teatro, ateliê de artes, estúdio musical, biblioteca, campo de futebol, ginásio de esportes coberto, sala de dança, quadra poliesportiva, pista de skate e três piscinas. Segundo Marta, não se trata apenas de um centro educacional, mas também um núcleo de desenvolvimento da comunidade. Como este, outros 20 centros estão em construção em vários bairros de São Paulo - a meta é conclui-los neste ano -, e a administração espera ter 45 até o fim da gestão. De domingo a domingo A secretária de Educação, Maria Aparecida Peres, informa que o CEU de Guaianases tem capacidade de atender cerca de 2.400 alunos por dia, de 0 a 14 anos, fora os que estarão apenas freqüentando o local para atividades culturais e esportivas. "Os CEUs funcionarão de domingo a domingo, das 7 às 23 horas", disse. "Além de um centro educacional e de sociabilização para crianças e jovens, esses centros devem ser locais de difusão cultural e de convivência da comunidade." Atividades para adultos e pessoas da 3ª idade também serão desenvolvidas neles." Em período de férias escolares e feriados, esses centros também devem ficar abertos, atendendo à comunidade local. E as outras? O projeto de Marta desperta elogios mas não tem apoio unânime, mesmo entre educadores. Exemplos como os Ciacs e Cieps, centros educacionais criados no Rio de Janeiro e levados a outros Estados pelo governo Collor, pesam contra os CEU porque acabaram sucateados e praticamente abandonados. Além disso, escolas-modelo concentram recursos. Para que os 21 CEUs fiquem prontos neste ano, a prefeitura pode sacrificar pelo menos 56 escolas e creches, cuja construção ou reforma estavam previstas no orçamento. De janeiro a julho, Marta retirou R$ 28 milhões de futuras escolas e remanejou para os CEUs e telecentros, no programa de inclusão digital. Pelo menos oito escolas ou creches já ficaram sem dinheiro para tocar obras. A operação é legal. O governo é autorizado a remanejar os gastos do orçamento durante o ano, inclusive dentro das próprias secretarias. Mais caros No começo de 2003, a Secretaria de Educação previa construir 88 escolas ou creches e reformar outras quatro, além de fazer os 21 CEUs. Tinha R$ 199,6 milhões para gastar com obras. Ainda no primeiro semestre, ganhou mais R$ 99 milhões e ficou com R$ 298,8 milhões para realizá-las. Mas os CEUs ficaram mais caros do que o previsto e, em vez de consumir R$ 126,5 milhões, vão custar R$ 253,8 milhões. Ou seja, para fazer as 92 escolas e creches que estavam nos planos, sobraram apenas R$ 44,9 milhões. Apesar de o orçamento da secretaria ter aumentado no decorrer do ano, nada do acréscimo irá para as demais Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), de Educação Fundamental (Emef) e Centros de Educação Infantil (CEI). No começo do ano, as escolas a serem construídas e reformadas contavam com cerca de R$ 73 milhões. Regras de licitação "Há obras que vão ser concluídas em outubro, mas há outras que só ficarão prontas, por exemplo, em março. Como temos de gastar todo o dinheiro neste ano, então podemos remanejá-lo", justifica Enéas Rodrigues, chefe de gabinete da Secretaria de Educação. Ele informa que a secretaria está fazendo todo o esforço para garantir o maior número possível de licitações até dezembro. Porém, para 49 das 92 escolas planejadas, não há nem tijolos previstos. Elas ainda nem entraram na fase de licitação. Oposição "Nos CEUs da Marta foram gastos até hoje mais de R$ 250 milhões para atender em torno de 1% das crianças sem vagas nas creches. Os escolões são ótimos para a propaganda e péssimos para milhares de crianças que não terão vagas nos escolões nem nas escolas tradicionais", diz o vereador Roberto Tripoli (PSDB). Segundo levantamento de sua assessoria, a cidade tem hoje 630 mil crianças de até 3 anos que não estão em creches e 145 mil sem vagas nas emeis. Os 21 CEUs vão abrir só 6,3 mil vagas em creches e 17.640 em Emeis. Clique para ler mais em Lula inaugura a primeira superescola de Marta Cieps e Ciacs, idéia que vem desde os anos 80 Piscinas são só para alunos e idosos Clique para ler mais no Pai, mãe e 4 filhos juntos no CEU Jambeiro Professores dividem expectativa com alunos Na Vila Carioca, verba foi remanejada Na Vila Airosa, estudo só em Guarulhos As escolas que podem não sair do papel

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