Professores da rede pública estadual de São Paulo realizaram na manhã desta quarta-feira, 29, carreata contra a volta às aulas presenciais, prevista para acontecer no dia 8 de setembro. O ato também pedia pagamento de auxílio emergencial aos educadores.
Para evitar aglomeração, a maioria dos professores permaneceu dentro dos carros durante o trajeto. De acordo com os organizadores, 260 veículos partiram do Estádio do Morumbi e seguiram até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/P47FXBXMGNLPFKVHIVGUZ3IVZ4.jpg?quality=80&auth=18a08adf926c82bb2b13367ee8e6c75a0539a802475b3fd94bdefdbacb8432a9&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/P47FXBXMGNLPFKVHIVGUZ3IVZ4.jpg?quality=80&auth=18a08adf926c82bb2b13367ee8e6c75a0539a802475b3fd94bdefdbacb8432a9&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/P47FXBXMGNLPFKVHIVGUZ3IVZ4.jpg?quality=80&auth=18a08adf926c82bb2b13367ee8e6c75a0539a802475b3fd94bdefdbacb8432a9&width=1200 1322w)
Os carros tinham adesivos ou bandeiras com palavras de ordem como "em defesa da vida" e "salário e auxílio emergencial já". A presidente da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel (PT), justificou que as escolas não têm estrutura para seguir o protocolo sugerido pelo governo estadual. Para reabertura, todas as regiões do Estado têm de estar na fase amarela por 28 dias.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/LSOSPQPQL5OYNAWWSCHZ5LYR6Q.jpg?quality=80&auth=f902ac1d04153f3991443f461b7e01efe170071e06df598ba9d66cf83aeae7a9&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/LSOSPQPQL5OYNAWWSCHZ5LYR6Q.jpg?quality=80&auth=f902ac1d04153f3991443f461b7e01efe170071e06df598ba9d66cf83aeae7a9&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/LSOSPQPQL5OYNAWWSCHZ5LYR6Q.jpg?quality=80&auth=f902ac1d04153f3991443f461b7e01efe170071e06df598ba9d66cf83aeae7a9&width=1200 1322w)
Questionado sobre o protesto, o governador João Doria (PSDB), disse que o diálogo sempre existiu com a categoria e afirmou que atos da Apeoesp têm viés político. "A deputada estadual que comanda a Apeoesp tem um viés que ela pratica sempre que possível à frente desta associação. Posso assegurar que a posição emanada aqui não é majoritária no professorado de São Paulo. É parcial. O diálogo sempre existiu, nunca foi limitado o acesso seja ao secretário Rossieli Soares e ao secretário-executivo. Em relação aos temporários, é uma circunstância. Não faz sentido que o dinheiro público seja utilizado para pagar quem não está trabalhando, porque uma pandemia não permite. Quero deixar a manifestação de profundo respeito aos professores e gestores", disse o governador João Doria.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) considerou "eleitoreira" a carreata. "A educação deve ir muito além das motivações eleitoreiras desta carreata, que é norteada por princípios políticos obscuros em meio a mortos por uma pandemia. O buzinaço gerado fere o bom senso diante do barulho nas imediações de um hospital onde médicos e enfermeiros lutam para salvar vidas de doentes. Os mais de 180 mil docentes da categoria estão recebendo regularmente os seus salários durante a pandemia".
Por fim, informou que o planejamento do governo estadual segue as recomendações sanitárias e que a secretaria está aberta ao diálogo. "A retomada das aulas é pautada em medidas de contenção da epidemia, atendendo aos interesses da população e sem colocar nenhuma vida em risco. Essa decisão foi adotada após diálogo com representantes de professores, funcionários, alunos, pais e administradores de escolas privadas, seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do coronavírus."