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Dicas de decoração para deixar sua primeira morada mais bonita e aconchegante

Opinião|Sua casa tem a sua cara?

Moradores têm protagonizado sua história para compor casas com cara de casa

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Foto do author Anelisa Lopes

Houve um tempo em que a expressão "casa de capa de revista" era a definição do apogeu no segmento de arquitetura e decoração. Construções com influências europeias, móveis impecavelmente posicionados, almofadas em fila, cortinas alinhadas... E um grande vazio representava os moradores daquele espaço. Não se sabia ao certo sua história e seus hábitos e, muitas vezes, qual conceito havia orientado a proposta, possivelmente implantada unilateralmente pela assinatura de um arquiteto ou decorador da moda. E, assim, as famílias representavam seu personagens em um cenário no qual não se identificavam.

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(ANELISA É JORNALISTA E DESIGNER DE INTERIORES. PERFIL NO INSTAGRAM: @anelisalopes)

Com o passar dos anos, a moda foi dando lugar à identidade, fazendo com que as moradias assumissem seu status de elemento compositivo de um enredo formado não só por construções, mas, acima de tudo, por pessoas e suas memórias. Prova viva deste processo é a atual edição da CasaCor SP, aberta até final de julho, onde se percebe que a produção dos ambientes deram origem a "casas com cara de casa" - ainda há um outro resquício da rigidez técnica e estética, mas são exceções à regra. E o melhor de tudo, os ambientes são genuinamente brasileiros.

Juliana Cascaes, que assina uma das galerias de arte da mostra, deixou de lado as intervenções arquitetônicas para mostrar o esqueleto da Conjunto Nacional, como uma forma de desarquivar o legado da construção. A arquiteta trouxe também a memória do seu avô, que faleceu há dois anos, por meio da escrivaninha que ele usou durante o período em que trabalhou como jornalista, com os recadinhos que ela deixava colado para ele no móvel. "Por meio da memória afetiva conseguimos deixar um espaço, mesmo que uma galeria de arte, menos impessoal. A casa não deve ser apenas um show room", analisa Juliana.

À frente da Casa Conteúdo_, um casarão que abriga mais de 20 ambientes decorados em cerca de 1.200 m2 no Jardim Europa, o designer de interiores Newton Lima tem o desafio frequente de tornar uma mostra permanente de decoração em um casulo de experiências que integram fornecedores e profissionais, além de inspirar clientes finais. Ele sempre abraçou este conceito de casa com cara de casa para guiar seus projetos, "como quem cria uma cenografia doméstica com elementos que tragam conexão com lugares e momentos de felicidade: móveis de família, lembranças de viagens, quadros que nossos filhos fizeram na escola, enfim, objetos que tragam emoção ao entrarmos em contato com eles lar", explica.

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Perpetuar a ancestralidade por meio de móveis e objetos é um dos caminho para materializar sentimentos. As relações pessoais, no entanto, são a base de construção deste lar. "A cultura de bons hábitos é o grande pilar que sustenta o teto que abriga as memórias físicas que queremos ter por perto", finaliza Newton.

Do ponto de vista de projeto, tem sido cada vez mais comum transitar por espaços comerciais ou áreas comuns que forneçam este abrigo não só a quem usa, mas também por quem está de passagem no local. Restaurantes e espaços coletivos em condomínios ou edifícios comerciais com bons projetos que tenham como orientação o resgate de conexões humanas são alguns exemplos de como desejamos permanecer em ambientes que sejam uma extensão da nossa casa e de nós mesmos.

CasaCor SP

Endereço: Conjunto Nacional Avenida Paulista, 2073 - São Paulo Até 28.07.2024

Casa Conteúdo_ Endereço: Rua Groenlândia, 1089 - Jardim Europa - São Paulo Horários: Terça à sexta, das 10h às 19h (visitas agendadas previamente)

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Banco Calango, item pessoal da arquiteta Carla Felippi usado para compor seu projeto na CasaCor (foto: divugação)  
Um dos ambientes da Casa Conteúdo_, mostra permanente de decoração que tem como conceito propor a casa com cara de casa (foto: divulgação)  
Móvel de família e lembranças de viagem são elementos que materializam sentimentos e que desejamos ter por perto (foto: arquivo pessoal)  
Áreas comuns de convívio de condomínios ou de empreendimentos comercias também devem ser humanizados (projeto edifício Augen / Arch.Lab)  

Opinião por Anelisa Lopes

Anelisa Lopes (@anelisalopes) é mãe, designer e jornalista. Após atuar por quase duas décadas como jornalista no segmento automotivo, decidiu estudar design de interiores para converter sua paixão por decoração em uma nova carreira. Hoje, faz consultorias e projetos para transformar espaços e vidas.

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