PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

(Viramundo) Esportes daqui e dali

Brasil, vitória fácil e chance para garantir convocação

Brasileiros, temos mania ou de cornetar a seleção ou de torcermos descaradamente por ela. Não sei se é possível, mas não custa tentar um meio termo. Ou a cornetagem ou a tietagem na hora certa. Ok, sei que é difícil neutralidade quando se trata de paixão.

PUBLICIDADE

Atualização:

Pego como exemplo os 5 a 0 que a turma do Felipão sapecou agora há pouco sobre a África do Sul. Acompanhei pela televisão e, com pitacos nas redes sociais, percebi a reação do público. Houve os que enxergaram um time pronto e os (muitos) que assopraram vuvuzelas virtuais, na base do "também com um adversário desses", "bateu em bêbado", "ganhou de ninguém", etc.

PUBLICIDADE

Pois bem: vi uma apresentação tranquila, de uma equipe bem superior à outra, e que afastou qualquer obstáculo com 2 a 0 construído no primeiro tempo. E com facilidade. Normal que diminuísse o ritmo na segunda parte, e ainda assim fez mais três gols, sem suar.

Placar à parte (e não entro nessas estatísticas tolinhas de que o Brasil sempre teve dificuldade com os sul-africanos), interessa saber se o teste valeu para o técnico burilar o esquema, observar jogadores, fazer anotações para compor o grupo que disputará o Mundial. E, mesmo antes de assistir à coletiva dele, arrisco dizer que sim. Não foi partida inútil.

Falar de Julio Cesar, Thiago Silva, Marcelo, David Luiz e outros seria chover no molhado. Um punhado enorme já tem a vaga assegurada para a Copa. Estava interessado em ver Rafinha e Fernandinho. O primeiro teve desempenho discreto, satisfatório, mas não sei se suficiente para colocá-lo à frente, na disputa com Maicon. O lateral da Roma é mais experiente, porém com a desvantagem de sofrer com contusões. Rafinha pelo menos não comprometeu.

Fernandinho deve ter deixado Felipão com dúvidas. A atuação foi segura, no meio-campo - mesmo com pouco trabalhado do rival. O golaço pode pesar-lhe a favor. Mas não deve ser fundamental. Fernandinho tem jogado bem na Inglaterra; por isso, foi chamado. Se for lembrado na lista de maio, não surpreenderá.

Publicidade

William e Jô são outros que tratam de cavar uma boquinha. William não brilhou, Jô deu assistência para o terceiro gol de Neymar, é jogador para o grupo e recebeu poucos passes. A sombra de Robinho (há lobby pelo milanista) pode contar. Fred teve o melhor lance no passe para o segundo gol do Neymar; ainda está abaixo do que pode render, mas é nome certo.

Para fechar este comentário, Neymar. Três gols, arrancadas, dribles, habilidade acima da média. É o jogador em torno do qual se constrói a seleção. Individualista às vezes? Sim. Mas inegavelmente um jogador que amadurece (e não venho com papo de Europa) e caminha para ser a estrela nacional na Copa. Tomara, apenas, que não o tome para Cristo, em eventual (e nada improvável) decepção, se não vier a conquista do título.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.