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Caso Rebeca: laudo inconclusivo

Apesar disso, ?tudo indica presença de testosterona exógena?, diz o médico José Blanco Herrera

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Por Redação
Atualização:

O médico José Blanco Herrera desembarcou ontem à noite no Brasil, vindo de Montreal, no Canadá, com um resultado ainda inconclusivo do caso de doping da nadadora Rebeca Gusmão. O cubano Blanco, especialista em doping, disse ao Estado, por telefone, ainda no aeroporto de Brasília, cidade onde mora, que após quatro dias e muita insistência conseguiu um laudo do laboratório Armand Frappier: "Tudo indica que acharam testosterona exógena na contraprova, mas disseram que o resultado não é conclusivo e será revisado e o processo tem uma série de irregularidades." O mesmo laudo deve ser encaminhado à Federação Internacional de Natação (Fina) na quarta-feira. Mas o médico já prevê que o processo vá parar na Corte Arbitral de Esporte, em Lausanne (SUI). A pedido da Fina, Rebeca Gusmão fez um controle antidoping no dia 13 de julho, antes do início da natação no Pan do Rio, e a amostra A de urina, analisada no laboratório canadense, teve resultado positivo para testosterona exógena (que vem de fora do organismo). A abertura da contraprova foi marcada para o dia 18 de dezembro e o médico José Blanco Herrera foi ao Canadá como representante de Rebeca. "Eles começaram a análise na terça-feira e me disseram que na quarta à tarde poderia estar pronta. Ficou para quinta-feira, mas nesse dia os funcionários do laboratório tinham uma festa de confraternização. Esperei até sexta-feira. Não me ligaram até o meio-dia, eu bati na porta do laboratório. Queriam mandar o relatório por fax, mas insisti que não voltaria para o Brasil sem o laudo", contou Blanco Herrera. "Recebi o laudo por pressão, mas ele diz que o resultado não é conclusivo." Blanco Herrera disse que "nunca viu a abertura de uma contraprova assim" e atribuiu a demora, provavelmente, à mudança de sede do laboratório. Rebeca está suspensa provisoriamente desde novembro, quando foi divulgado o resultado da amostra A. Ainda responde a um segundo processo, também por testosterona, que está na CAS e será julgado em janeiro, referente a um controle feito em 2006. Se for condenada nos dois processos, poderá até ser banida da natação. Seu advogado, Breno Tannuri, não crê em condenação porque acha que o processo do laboratório canadense tem irregularidades.

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