SALVADOR - As duas seleções europeias que participaram da Copa das Confederações sofreram muito com as condições climáticas que encontraram, e esperam que no Mundial haja no mínimo tempo maior de descanso para as equipes recuperaram as energias entre um jogo e outro.
O torneio serviu para mostrar para Itália e Espanha que o Brasil tem diferenças climáticas enormes, mesmo no período de inverno, e que o horário escolhido para os jogos só é bom para as transmissões televisivas, porque muitas partidas foram realizadas no meio da tarde com o sol ainda forte em cidades do Nordeste.
Os últimos a sofrer foram os italianos, que consideraram absurdo jogar em Salvador às 13h – horário da disputa do terceiro lugar com o Uruguai. O goleiro Buffon foi irônico ao falar sobre o assunto. "Foi bom, é um horário inteligente para se jogar." Para azar dele, no calendário oficial há partidas nesse horário em dez das 12 sedes – apenas Manaus e Cuiabá não terão jogos às 13h.
Com estádios em todas as regiões, a Copa de 2014 terá partidas em clima frio – como em Porto Alegre e Curitiba, que costumam ter invernos mais rigorosos –, em clima quente e seco, como Cuiabá e Brasília, e em clima quente e úmido, como em Recife, onde chove muito no período de disputa da Copa. Pela tabela que já está pronta para o Mundial de 2014, tem seleção que vai atuar uma vez em Salvador e no jogo seguinte estará em Porto Alegre. Outra, terá jogos em Curitiba e Manaus.
"Na Copa vamos ter de melhorar a condição física. Só queremos que a organização garanta as mesmas condições de descanso para todas as seleções. De qualquer forma, levamos para casa que muitas das coisas dependem mais de nós do que dos outros", disse o técnico italiano Cesare Prandelli. Ele quer que a federação de seu país convença os clubes a liberar os jogadores em abril para dois dias de testes físicos e exames médicos no CT da seleção, ao lado de Florença, para que a comissão técnica tenha dados para planejar a preparação para o Mundial.
Na Espanha, que atuou no Recife, Rio de Janeiro e Fortaleza, a sensação é de que não haverá como alterar muita coisa para o próximo ano. "Tentamos nos recuperar da melhor forma possível entre uma partida e outra, mas não temos como mudar o clima. A temperatura não é a melhor para a gente, mas é igual para todos", disse Busquets. Para Arbeloa, o ideal seria jogar quando o sol já estivesse baixo. "Para nós seria melhor jogar mais tarde, às 19h, como foi contra o Uruguai." Sergio Ramos, porém, compreende que os horários sejam ditados pela tevê. "Temos de pensar no horário da Europa, para que as crianças possam ver seus ídolos antes da madrugada."