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Secretário de Segurança de SP rejeita volta de duas torcidas em clássicos: ‘Não estamos preparados’

Capitão Derrite afirma que o policiamento será reforçado para a partida entre Corinthians e Palmeiras, após casos de violência na última semana

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Por Redação
Atualização:

Antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras nesta quinta-feira - e em meio às tensões entre as torcidas pelos confrontos da última semana - o secretário da Segurança Pública de São Paulo Guilherme Derrite, mais conhecido como Capitão Derrite, afirmou que o Estado ainda não está preparado para o retorno das duas torcidas em clássicos na cidade. Além disso, revelou que haverá um policiamento reforçado nos arredores da Neo Química Arena nesta quinta-feira.

“Estava ‘tendo’ um movimento, inclusive político, para voltarmos a ter duas torcidas nos clássicos (em São Paulo) e logo depois aconteceu esse ato lamentável, emboscada de uma torcida que esperou a outra”, afirmou o secretário em entrevista à BandNews na manhã desta quarta-feira. “Não podemos generalizar, mas ainda existem pessoas infiltradas nas torcidas organizadas, que não estão preocupadas com o esporte e cometem esses crimes graves.”

Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, afirma que Estado ainda não está preparado para o retorno das duas torcidas nos clássicos. Foto: Alex Silva/Estadão

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Integrantes de torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras se enfrentaram na madrugada da última sexta-feira, no bairro da Vila Prudente, na zona leste da capital paulista, e nas imediações da Avenida do Estado. Palmeiras e Corinthians jogaram no mesmo dia, mesmo em que locais distantes um ou outro - no Allianz Parque e em São Bernardo, respectivamente.

“Nós vamos reforçar o policiamento, não só nas imediações (da Neo Química Arena), mas nas estações da CPTM, do metrô e nas principais rodovias, também com o trabalho de inteligência para que não haja nenhuma nenhum novo ato de violência”, contou o secretário. De acordo com com ele, o Estado ainda não está preparado para um retorno das torcidas, visitante e mandante, nos clássicos.

“Infelizmente no nosso País, no nosso Estado, não estamos preparados para voltar a ter duas torcidas em grandes clássico. Como todo brasileiro e amante do bom futebol, seria o desejo de todos, que duas torcidas estivessem nos estádios, que pudessem torcer para os seus times de modo civilizado”, afirmou Derrite. “Lamentavelmente, por culpa de uma minoria isso (a volta das torcidas) ainda não vai acontecer no Brasil.”

Relembre o caso

As torcidas organizadas, de Corinthians e Palmeiras, se enfrentaram na volta dos jogos, válidos pelo Campeonato Paulista, na última sexta-feira. Segundo informações da Polícia Militar (PM), quatro pessoas foram encaminhadas com ferimentos graves ao hospital de Ermelino Matarazzo. Alguns dos feridos tiveram fraturas nas pernas e afundamento da face. Eles seriam todos homens e torcedores corintianos, maiores de idade. Esses quatro casos, de acordo com a PM, seriam os mais graves até então. Alguns torcedores foram socorridos e hospitalizados após o confronto, mas logo liberados. A PM não havia prendido nenhum deles. Os torcedores gravemente feridos passariam por cirurgias importantes.

Eles teriam apanhado quando estavam no chão, com chutes e pauladas. Alguns já estavam desacordados. A PM não tinha qualquer informação de que pudesse haver encontro de palmeirenses com corintianos após as partidas pelo Paulistão. Recentemente, presidentes de Palmeiras e São Paulo pleitearam junto à Federação Paulista o fim da torcida única nos clássicos de São Paulo.

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De acordo com informações que circularam nas redes sociais, a Mancha Alviverde, do Palmeiras, teria preparado uma emboscada para a Gaviões da Fiel, que voltava a São Paulo em um ônibus do jogo contra o São Bernardo. A polícia não confirma oficialmente essa informação. Em vídeos que circulam no Twitter, alguns membros da organizada palmeirense comemoram por ter colocado os corintianos “para correr”.

No ano passado, os mesmos palmeirenses foram surpreendidos por torcedores do Cruzeiro quando se deslocavam para partida do Campeonato Brasileiro contra o Atlético-MG. Foi uma emboscada na estrada. Naquele ocasião, os palmeirenses levaram a pior e foram humilhados, além de surrados pelos rivais.

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