Os quatro clubes grandes têm estratégias diferentes para buscar o Campeonato Paulista. Enquanto o Palmeiras fez 17 contratações, entre elas, o volante Arouca, negociado nesta quinta-feira, Corinthians e São Paulo apostavam no entrosamento e manutenção do elenco. Para o Santos, o momento é de reconstrução.
OTIMISMO VERDEO Palmeiras vive um início de ano totalmente diferente do que aconteceu nas últimas temporadas. Há tempos, a expectativa por bons resultados e pela volta dos títulos não é tão grande. A equipe espera aproveitar a grande reformulação e o fato de os rivais São Paulo e Corinthians estarem focados na Libertadores para mostrar força e conquistar um torneio que não vence desde 2008.
Antes de a bola rolar, tudo parece no caminho certo para o time se dar bem. O clube tem melhorado consideravelmente sob o ponto de vista financeiro e o elenco passou por uma grande transformação, na qual 22 atletas que terminaram 2014 no clube foram embora. Por outro lado, chegaram 17 reforços, além dos atletas que retornam de empréstimo.
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No comando da equipe, Oswaldo de Oliveira é o responsável por fazer o novo Palmeiras se encaixar e corresponder às expectativas. “É uma competição importante. O Palmeiras deve entrar em todas as competições para ganhar. Mas é de se lamentar o limite de inscrições, pois gostaria de dar oportunidades para alguns garotos, mas tenho apenas 28 inscrições para fazer”, lamenta o treinador.
Oswaldo conta com alguns jogadores que podem brilhar, considerando o que fizeram no ano passado. São exemplos Dudu, Alan Patrick, Zé Roberto e Gabriel. Somam-se a eles o meia Valdivia e o goleiro Fernando Prass, líderes do elenco na temporada passada. Fora das quatro linhas, a contratação de Alexandre Mattos, responsável pela montagem do Cruzeiro bicampeão brasileiro, faz com que o torcedor se encha ainda mais de esperança para gritar “campeão”.
CORINTHIANS DE OLHO NA PRÉ-LIBERTADORES. O desempenho e a motivação do Corinthians no Campeonato Paulista dependem exclusivamente do que vai acontecer com a equipe na pré-Libertadores, diante do Once Caldas. Se o vexame de 2011 se repetir, o Alvinegro vai com força total no Estadual. Somente o título seria capaz de minimizar os efeitos de uma eliminação precoce na Libertadores. Caso o time confirme o favoritismo diante dos colombianos e avance para a fase de grupos, o Paulistão ficará em segundo plano porque dificilmente os jogadores terão fôlego para disputar as duas competições no mesmo nível.
Um dos trunfos da equipe é o entrosamento, pois a diretoria manteve a base do ano passado. O único titular que deixou o clube foi o zagueiro Anderson Martins. Mas há uma diferença substancial na equipe: os reforços que chegaram deixaram o time mais velho. O zagueiro Edu Dracena tem 33 anos, o atacante Emerson Sheik, 36 e o volante Cristian, 31. Com a mudança no regulamento do Paulista, que limitou o número de jogadores inscritos na competição a 28 (25 jogadores de linha e três goleiros), muitos garotos campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior dificilmente serão aproveitados no Estadual. O jeito, então, será Tite dosar o elenco, poupando titulares.
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A volta do treinador, inclusive, é um dos trunfos do Corinthians para buscar o 27º título e disparar ainda mais na liderança como maior campeão do Estado. Tite recebe um time que foi reformulado por Mano Menezes na temporada passada. Em comparação com 2013, quando ele deixou o clube após a vitoriosa passagem, saíram peças importantes, mas chegaram atletas que se firmaram na equipe. E mais: com um orçamento bem mais enxuto. Tite tem crédito de sobra com a Fiel. Isso, no entanto, não significa que não será cobrado. Por “culpa” dele, o corintiano ficou mais exigente nos últimos anos.
SÃO PAULO CONTRA O JEJUM O São Paulo, entre os grandes, é aquele que amarga o maior jejum no Estadual. A última vez que levantou o título foi em 2005, ano em que também faturou a Libertadores e o Mundial. Desde então, a vida do Tricolor tem sido assistir aos rivais, sobretudo Corinthians e Santos, revezarem-se nas conquistas. O Tricolor chega perto, mas não consegue emplacar.
O time é basicamente o mesmo de 2014. Da formação inicial, foram feitas mudanças nas laterais (Bruno e Carlinhos entraram nas vagas de Douglas e Alvaro Pereira, ambos negociados). No meio, Michel Bastos herdou a vaga de Kaká. A manutenção da base e os reforços pontuais contratados justamente para dar mais opções a Muricy Ramalho são as maiores apostas para que o time enfim saia da fila. Embora a Libertadores seja a prioridade, voltar a dominar o Estado é uma possibilidade bastante atraente para o elenco. Por isso, a ordem é tratar o Campeonato como algo importante.
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“Sabemos que temos o elenco grande, haverá substituições e precisamos estar focados nas duas frentes. Quando vier o Paulistão, o foco é o Paulistão; vale o mesmo quando for a disputa da Libertadores, precisamos pensar só nessa competição quando formos jogar”, resumiu o reforço Thiago Mendes.
MOMENTO DE RECONSTRUÇÃO O Campeonato Paulista é a chance para o Santos tentar se reconstruir. No final do ano passado, uma grave crise financeira provocou um atraso de quatro meses no pagamento de salários de atletas e funcionários. Insatisfeitos, sete jogadores abriram processos trabalhistas. O lateral Mena e o goleiro Aranha já se desligaram do clube enquanto Arouca decide hoje seu futuro em uma audiência na Justiça do Trabalho – seu provável destino é o Palmeiras. Nesse contexto, Edu Dracena negociou uma saída amigável e virou o xerife coritiano. A diretoria do Santos recorreu a empréstimos do ex-presidente Marcelo Teixeira, quitou dois ordenados atrasados, e prometeu regularizar a situação até o mês de março. Paralelamente, ainda busca um patrocinador.
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Do outro lado da balança, chegaram sete reforços, com destaque para Ricardo Oliveira e Elano. O técnico Enderson Moreira quer um time versátil e dinâmico, com jogadores capazes de exercer mais de uma função. O seu grande desafio, no entanto, é encontrar um substituto para Arouca. “Um momento de crise também abre novas oportunidades. Nós podemos surpreender no Campeonato Paulista”, diz.
Com as contratações, o Santos conseguiu reeditar o quarteto de 2003, com Robinho, Renato, Ricardo Oliveira e Elano. O clube vai apostar na experiência como contraponto para a juventude do zagueiro Gustavo Henrique e do lateral Caju.