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Ronaldo, gestor do Cruzeiro, quer vender o Valladolid e estuda abrir empresa em Dubai

Chamado de ‘mentiroso’ pela torcida, Fenômeno pretende negociar todas as suas ações do clube espanhol

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Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

Está nos planos de Ronaldo Fenômeno vender o Valladolid, clube espanhol que ele comprou em 2018 por 30 milhões de euros. O ex-jogador e empresário é dono de 72% das ações da agremiação - adquiriu 51% inicialmente e anos depois mais 21% - e considera ser oportuno negociar suas ações agora, ainda que o time esteja disputado a segunda divisão do Campeonato Espanhol e, por isso, valha menos no mercado. Procurado pelo Estadão, Ronaldo não quis se posicionar.

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Vender o Valladolid é algo sobre o qual Ronaldo já pensa há algum tempo, mas esse pensamento nunca foi tão real como agora. O ex-atacante, que é dono também do Cruzeiro e tem várias outras empresas, não conseguiu alcançar as metas estabelecidas e sofre críticas constantes da torcida depois que o clube foi rebaixado novamente na temporada passada.

O objetivo do brasileiro era fazer com que o clube da Espanha disputasse competições europeias a partir do quinto ano de sua gestão. O Valladolid foi rebaixado na temporada 2020/21, subiu no ano seguinte, mas voltou a cair em 2022/23. Foram, portanto, dois rebaixamentos sob a gestão do Fenômeno, que, em junho passado, negou que tinha a intenção de se desfazer de suas ações, mas admitiu que o “mercado está aquecido”. Depois, os protestos contra ele se intensificaram.

No domingo passado, 300 torcedores se reuniram em frente ao Estádio José Zorrilla para protestar contra Ronaldo e a diretoria antes da partida contra o Elche. O brasileiro foi chamado de “mentiroso” e cobrado pela postura tímida do clube no mercado da bola.

Criticado pela torcida, Ronaldo planeja vender o Valladolid, da Espanha Foto: Nacho Gallego/EFE

Rebaixado para a segunda divisão na temporada passada, o Valladolid teve arrecadação recorde de 38 milhões de euros (R$ 197 milhões) com a venda de jogadores na última janela de transferências, mas evitou abrir o bolso para contratar novos atletas, gastando apenas 4,5 milhões de euros (R$ 23,5 milhões). O time espanhol contratou sem custos o goleiro brasileiro John, ex-jogador de Santos e Inter, e o também brasileiro Gustavo Henrique, zagueiro que estava no Fenerbahçe, da Turquia.

Com poucos reforços, os torcedores se revoltaram. Cobram Ronaldo por resultados desde que o empresário assumiu o clube. Durante e após a partida com o Elche, a torcida entoou cânticos questionando o ex-jogador: “onde está o dinheiro?”. Após o jogo, uma faixa foi exibida do lado de fora do estádio com a frase “Cinco anos de mentiras, à beira do abismo. Basta já”.

Uma outra faixa exibida criticava a mudança no escudo do Valladolid, anunciada em junho do ano passado. A reformulação não foi bem recebida pelos fãs do clube, que aproveitaram o protesto contra a diretoria para também exigir o retorno do distintivo antigo.

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Depois de cinco jogos, o Valladolid está longe de brigar para retornar à elite espanhola. Na verdade, sua luta é para não ser rebaixado à terceira divisão, uma vez que ocupa a 18ª colocação e é o primeiro time fora da zona de rebaixamento, com apenas quatro pontos conquistados.

'Cinco anos de mentiras' e 'à beira do abismo': torcedores exibem faixas contra a gestão de Ronaldo no Valladolid Foto: Reprodução/Twitter/@MARCAvalladolid

Operação fiscal em Dubai

Dono de 72% das ações do Valladolid, Ronaldo não deve vender sua parte por menos de 100 milhões de euros. Como na Espanha os impostos são altos, ele estuda abrir um domicílio fiscal em Dubai para viabilizar a venda. Isso leva tempo. Por isso, a venda pode demorar a ser concluída, mas o brasileiro está convencido de que não mudará de ideia.

Conhecida pelos grandes benefícios fiscais, a capital dos Emirados Árabes Unidos é uma escolha atraente para empresários que buscam obter 100% da propriedade de sua empresa e não desejam pagar impostos corporativos.

Conseguindo concluir a venda do clube espanhol, Ronaldo terá mais tempo para se dedicar ao Cruzeiro, do qual é sócio majoritário. Em dezembro de 2021, ele pagou R$ 400 milhões por 90% da SAF cruzeirense, mas hoje está negociando 20% com o empresário Pedro Lourenço, que está disposto a pagar R$ 88,9 milhões para se tornar o novo parceiro.

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