Publicidade

Veja os números que acirram a concorrência entre grupos de mídia pelo direitos de TV do Brasileirão

Cerca de dez plataformas, entre emissoras de televisão abertas e fechadas e grupos de streaming, estão interessadas em comprar os pacotes que ainda não foram vendidos

Foto do author Ricardo Magatti
Por Ricardo Magatti
Atualização:

A criação de uma liga unificada para organizar o Campeonato Brasileiro ainda não aconteceu. Há divergências entre os clubes e muitas incertezas, mas é certo que, a partir de 2025, a transmissão do Brasileirão será diferente e a concorrência entre os grupos de mídia pelos direitos de televisão disponíveis do principal torneio de futebol do País é acirrada. O Estadão apurou que existem cerca de dez interessados, entre emissoras de televisão abertas e fechadas, plataformas e grupos de streaming, em comprar os pacotes que ainda não foram vendidos. A tendência é de que as transmissões sejam fragmentadas a partir do ano que vem, como acontece anualmente com o Paulistão, exibido por Record, YouTube, TNT, Max e Paulistão Play.

PUBLICIDADE

A Liga Forte União (LFU) não definiu para quem venderá seus direitos de TV. O grupo negocia com TVs abertas, pagas e plataformas de streaming para transmitir as partidas. O Grupo Globo e plataformas abertas que já estão no Brasil, como o YouTube, são alguns dos interessados. A concorrência é alta. O Estadão também apurou que há dois novos players dispostos a entrar no mercado de esportes no Brasil usando o Brasileirão como porta de entrada.

Serão negociados três pacotes diferentes, um deles direcionado para plataformas abertas - TV aberta ou streaming gratuito - e outros dois voltados para plataformas pagas - TV paga ou streaming por assinatura. Não há, por enquanto, uma proposta oficial, mas as conversas acontecem há meses e têm ocorrido avanços.

A Libra já fechou acordo com o Grupo Globo para a transmissão dos jogos do Brasileirão de 2025 a 2029. Se o Corinthians, que ainda não assinou o acordo e avalia outras propostas, também assinar o contrato, a emissora pagará, ao todo, R$ 6,5 bilhões aos clubes. Caso o time alvinegro não assine, o valor deve cair para cerca de R$ 5,1 bilhões. O Estadão mostrou recentemente que o contrato deve ser benéfico a Palmeiras e São Paulo e a tendência é de que seja ruim para Flamengo e Grêmio.

Palmeiras e Flamengo são dois times que já venderam os direitos de TV de seus jogos do Brasileirão de 2025 Foto: Werther Santana/Estadão

Audiência

A reportagem teve acesso a números que mostram o quão acirrada é a disputa entre grupos de mídia pelos direitos de televisão do Brasileirão a partir do ano que vem. Os acordos valerão a partir de 2025 porque neste ano ainda vigoram os contratos assinados com a Globo em todas as plataformas - menos o Athletico, que só tem contrato de TV aberta com a emissora.

Dados do Ibope Repucom mostram que houve um equilíbrio, tanto na TV aberta, quanto na fechada, em relação à audiência das partidas transmitidas dos clubes da Libra e LFU, com leve vantagem para o primeiro bloco. Os jogos do Corinthians não entram nesse relatório porque o time, embora faça parte da Libra, ainda não negociou seus direitos de TV.

Considerando os duelos exibidos entre 2019 e 2022, a Libra registrou média de audiência próxima a 20 pontos em seus jogos exibidos na Globo, enquanto que a LFU conseguiu média de aproximadamente 19 pontos.

Publicidade

O equilíbrio se manteve em relação aos confrontos exibidos pelo SporTV no mesmo período. Tanto Libra como LFU tiveram média de 3 pontos de audiência no canal fechado de esportes do Grupo Globo.

A audiência é um elemento importante na negociação de direitos de transmissão pois é um dos critérios definidos pelos dois grupos de clubes para a divisão do valor obtido com a venda desses direitos. Os outros critérios são igualitário (cada um ganha o mesmo percentual) e desempenho em campo.

Dirigentes da Libra, que já fechou contrato com a Globo para o Brasileirão de 2025 Foto: Libra/Divulgação

Transmissões

Nos últimos quatro anos, as partidas dos times da Libra foram mais vezes transmitidas pela Globo (51%). Mas a LFU teve duelos de suas equipes exibidos com maior frequência no SporTV (59%) e Premiere (57%). Na soma da média de audiência do pay-per-view, o bloco com Palmeiras, Flamengo e São Paulo conseguiu pequena vantagem: 51% a 49%.

De 2019 a 2023, a LFU teve média de 23 clubes disputando séries A e B do Brasileirão, número superior ao da Libra. Nesse período, foram 228 partidas desses times televisionadas.

Nos últimos quatro anos, a Libra registrou média de 13 clubes disputando séries A e B do Brasileirão. Nesse período, foram 152 partidas transmitidas dessas equipes.

De 2019 a 2023, Globo e SporTV transmitiram, respectivamente, 49% e 59% dos jogos dos times da LFU e 51% e 41% das partidas das equipes que integram a Libra.

Libra x LFU

A Libra conta com nove equipes na elite do futebol brasileiro: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Bahia e Vitória. Também faz parte do bloco o Santos, que joga pela primeira vez em sua história a segunda divisão, além de ABC, Brusque, Guarani, Paysandu e Sampaio Corrêa. São 15 times no total.

Publicidade

A LFU tem 31 agremiações representadas (11 delas que disputam a Série A) e terá quase 70% dos jogos das principais divisões do futebol nacional. O bloco comercial vai dividir os direitos de transmissão do Brasileirão a partir de 2025.

Os times da LFU que disputam a Série A são: Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Fortaleza, Cuiabá, Criciúma e Juventude. Já Sport, América-MG, Goiás, Ceará, Avaí, Chapecoense, Coritiba, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA e Operário estão em divisões inferiores, além de Ituano, Mirassol, Novorizontino, Ponte Preta e Botafogo de Ribeirão Preto, cinco integrantes que entraram no bloco recentemente. O grupo tem assessoria da XP Investimentos.