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Tablets começam a ficar mais baratos

Primeiros equipamentos com incentivos tributários chegam ao mercado, mas redução de preços está abaixo da previsão do governo. A Motorola baixou o preço do tablet Xoom e a Samsung começou a vender ontem o Galaxy Tab 10.1

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Por Redação
Atualização:

Renato Cruz O governo vem anunciando a política para popularização dos tablets desde o início do ano. Finalmente, os primeiros equipamentos com impostos reduzidos começam a chegar ao mercado. A Motorola baixou o preço do tablet Xoom e a Samsung começou a vender ontem o Galaxy Tab 10.1. As empresas estão entre as cinco que já tiveram o Processo Produtivo Básico (PPB) aprovado pelo governo. Sem isso, não é possível se beneficiar da redução de tributos. As outras três são a Positivo Informática, a MXT e a Aiox. Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, existem mais quatro PPBs que estão para ser publicados. "O tablet é um produto inovador, com aceitação muito grande", disse o ministro. "Até o fim do ano, haverá uma disputa que será muito interessante para o consumidor." Segundo Mercadante, 25 empresas já expressaram interesse em fabricar tablets no País. Desde a terça-feira passada, a Motorola reduziu em R$ 300 o preço do Xoom. O modelo com conexão Wi-Fi passou de R$ 1.899 para R$ 1.599 e o preço do modelo com Wi-Fi e 3G passou de R$ 2.299 para R$ 1.999. "O mais provável é que essa redução gere um aumento direto na demanda", disse Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Motorola Mobility. A empresa tem fabricação local do Xoom desde o seu lançamento no País, em abril, mesmo sem os incentivos tributários. O Galaxy Tab 10.1, da Samsung, custa R$ 1.999 sem subsídio. Com tela de 10,1 polegadas, esse tablet só começou a ser vendido no Brasil ontem e, por isso, não dá para avaliar o impacto da redução de impostos. Até o fim do mês, a Vivo oferece o Galaxy Tab 10.1 com exclusividade. A queda de preço do modelo mais barato do Xoom foi de 16% e do mais caro, de 13%. A redução ficou abaixo dos 31% previstos pelo governo. "Os preços dos tablets devem cair com o aumento da competição", disse o ministro Aloizio Mercadante. "Quem sai na frente acaba cobrando um pouco mais." Para Fernando Belfort, analista sênior da consultoria Frost & Sullivan, a redução de preço deve ficar mesmo na faixa de 15% a 20%. "Não acredito em 30% ou 40%", disse Belfort. "Apesar do corte de impostos, produzir no Brasil é caro", comentou o analista. Ele enumerou problemas de logística, encargos sobre salários e as contrapartidas de investimento de pesquisa e desenvolvimento definidas pela política governamental. Aquecimento Com a queda dos preços e a chegada ao mercado da segunda geração de tablets (como o iPad 2 e o Galaxy Tab 10.1), as vendas no Brasil devem deslanchar, segundo Belfort. "Estamos revendo nossas estimativas a cada três meses", afirmou o analista. "A última era de cerca de 350 mil tablets este ano, mas é difícil dizer." A AOC, que ainda aguarda a publicação do PPB, preferiu não comentar seus planos. Em junho, Elcio Hardt, gerente de produtos da empresa, havia dito que Envision, responsável pela marca AOC no País, planejava produzir em Jundiaí um tablet com preço próximo de R$ 500. A Positivo não divulga seus planos para tablets, informando somente que o lançamento acontecerá até o fim do ano. A política de incentivos do governo traz exigências de nacionalização de peças. Segundo Benjamin Sicsú, vice-presidente da Samsung, o grande desafio é atingir a meta de 50% de telas nacionais até 2014. "É o único componente (com metas definidas) que ainda não tem oferta nacional", explicou o executivo. A Samsung ainda avalia se o incentivo é suficiente para justificar a produção nacional de tablets. Para atender às exigências, a Samsung precisaria investir entre US$ 50 milhões e US$ 80 milhões em uma "sala limpa" (ambiente controlado para testes e fabricação de produtos). "É preciso ver como as coisas se acomodam", disse Sicsú.

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