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Opinião|Corinthians vai passar a vergonha de cumprir tabela na última rodada da fase de grupos do Paulistão

Eliminado da competição mais fácil do ano para ele, time de Cássio paga pelos erros do começo da temporada com Mano Menezes e sob nova administração: tem de sentir o fracasso para encontrar caminhos

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Corinthians paga pelos seus erros neste começo de temporada, ainda por conta de resquícios da péssima gestão passada, mas também por falta de habilidade do novo presidente, Augusto Melo. Havia tanta coisa errada sob o comando de Duílio que dificilmente o novo escolhido daria conta de resolver tudo em dois meses. Melo não entendeu direito esse Corinthians desalinhado quando chegou e foi metendo os pés pelas mãos. A mais recente situação foi a forma com que Matías Rojas deixou o clube, com fama de mau pagador.

A impressão que Augusto Melo deixa, por ora, não é melhor do que era antes dele. A eliminação do time na primeira fase do Paulistão não pode ser encarada como normal. Se for, o Corinthians estará assinando sua condição de “pequeno”, o que não é nem nunca será. Então, o fracasso tem de cobrar seu preço.

Cássio é um dos líderes do Corinthians pelo tempo de casa / Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

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Manter Mano Menezes foi um erro, corrigido com sua demissão e uma dívida de R$ 9 milhões. Mano foi responsável pela derrapada da equipe no Estadual. Ele foi péssimo. Até chamar jogador de “burro”, Mano chamou. Em troca, depois de explicações remendadas, perdeu o vestiário. Nenhum jogador correu pelo treinador. Não havia mais esquema tático. Yuri Alberto, o ofendido, jogava isolado, sem companhia na frente, correndo de um lado para o outro feito barata tonta. Era mesmo má fase?

Os líderes do elenco, por sua vez, se escondiam atrás das lesões e dores pelo corpo, quando deveriam ser os primeiros a mostrar o caminho e orientar os desorientados. Havia muitos nessa condição. Fagner poderia ter ajudado mais. Romero, apesar dos gols, é limitado. Os estrangeiros não tinham ambiente. O meio de campo não funcionava. Foi um Deus nos acuda desde o começo.

Os novos dirigentes perceberam que o problema era o técnico. Enquanto Mano não saiu, o time não correu. Mas já era tarde. Time mal treinado tende a perder jogos. O Corinthians provou isso, mesmo diante de rivais teoricamente mais fracos. Todos queriam tirar uma casquinha desse Corinthians.

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O fio só virou quando Melo trouxe António Oliveira. Mesmo precisando se provar, em algumas semanas o português se fez mais interessante do que seu antecessor. Mas a casa já estava destruída. A derrota para a Ponte Preta em Itaquera dava sinais de que o pior estava por vir. Veio no sábado. O Corinthians ganhou do Santo André, mas a Inter de Limeira também se deu bem na rodada e tirou o adversário do páreo.

A frustração deve ser sentida. Tomara o time aprenda com seus erros. A diretoria não pode parar sua reformulação e deve continuar se desfazendo de quem já deu. O Corinthians não pode se prender ao passado, tampouco entender que a eliminação precoce no Paulistão não foi merecida, porque ela foi. Vai passar a vergonha de cumprir tabela na última rodada da competição.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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