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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Galvão arrebenta no streaming e abre novos horizontes na transmissão esportiva aos 72 anos

Em sua estreia no YouTube, no canal GB, no primeiro amistoso do Brasil após a Copa do Catar, narrador quebra barreiras em rede considerada para jovens; ele também está no TikTok

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

A vida não acaba aos 70. Galvão Bueno que o diga. E tantos outros profissionais do esporte e também de outras áreas de atividade que estão na labuta. Quero usar este espaço hoje para fazer uma reverência ao narrador brasileiro que todos nós temos como amigo, tamanha as vezes que ele entrou em nossas casas nas transmissões esportivas. O Canal GB, de Galvão Bueno, estreou no sábado no YouTube para 12 milhões de pessoas. Galvão e amigos, como Zico e Casagrande, mostraram o amistoso do Brasil com Marrocos – derrota por 2 a 1 da seleção brasileira. Como já escrevi aqui, Tite não deixou legado para o time nacional. Mas essa é outra história.

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Quero focar no Galvão. Aos 72 anos, o narrador deixou a Globo e se reinventou, mostrando para todos que é possível se repaginar profissionalmente em qualquer fase da carreira. É claro que Galvão Bueno é um ícone da comunicação brasileira, cujo sucesso foi construído ao longo dos mais de 40 anos de trabalho. Mas todos nós acima dos 50 também estamos nessa corrida, cada um na sua área de atuação, com mais ou menos destaque.

Ocorre que Galvão, depois de assimilar que a emissora não precisava mais dele, tratou de se movimentar para seguir fazendo o que mais gosta. Seu amor ao esporte, particularmente ao futebol, foi mais forte do que uma possível aposentadoria tranquila ou à entrega única e exclusivamente para sua produção de vinho.

Lucas Vermellio/Play9 Canal GB Foto: Lucas Vermellio/Play9 Canal GB

Aos que acham que tudo parece fácil para Galvão, vale ressaltar que seu trabalho, narrações e até bordões sempre estiveram dos dois lados da moeda, daqueles que o idolatram, mas também daqueles que não gostam do seu estilo.

Depois de décadas na mídia tradicional, ele foi parar no streaming, quebrando barreiras e preconceitos de todos os tamanhos. Além de sua estreia no YouTube, ele também está no TikTok, a rede social mais jovem que conhecemos e também a que concentra a galera mais nova e antenada do momento. Galvão está longe de ser um tiozão do TikTok. Ele tem muita energia e faz o que tem de fazer da sua maneira, com seu jeito e experiência.

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O streaming não vai matar a TV nem a TV fechada, assim como a TV não acabou com o rádio e o cinema. As mídias se ajeitam. Há muitos públicos.

Como Galvão, há outros na mídia esportiva desbravando caminhos. E isso não quer dizer que os caminhos já desbravados sejam ruins ou ultrapassados. Como consumidor, aprecio o novo, mas não abro mão do tradicional. Acompanhei o jogo do Brasil pela Band e pelo YouTube, com Galvão.

Semana passada, encontrei na Disney o perguntador David Letterman em um documentário do U2, com Bono e The Edge, mostrando faceta diferente do que fazia na TV. Estava em Dublin. Após deixar seu talk show, ele se reinventou, abrindo horizontes.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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