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Opinião|Nestor é o cara da decisão do São Paulo com o Flamengo: garoto da base faz golaço e cala os críticos

Seu gol dá ao time do Morumbi um título inédito em jogo que se desenhava difícil e complicado

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O São Paulo matou’ seu torcedor do coração duas vezes: de apreensão e alegria. A proposta definida pelo técnico Dorival Júnior foi muito arriscada. O time jogou para trás, deu a bola para o Flamengo e não fez a leitura correta do que seria o jogo antes mesmo do primeiro minuto, quando o rival teve uma finalização. Com cinco minutos de bola rolando, dava para perceber que o Flamengo era outro time comparado ao que perdeu no Maracanã semana passada. Mesmo assim, o São Paulo tentou ‘abraçar’ a vantagem e tocar a bola dentro de sua área. O primeiro tempo foi um teste para os 63 mil torcedores.

O time também demorou a entender a perda de Arboleda, machucado, antes dos 10 minutos. O jeito de jogar deixou o torcedor assustado, apreensivo e nervoso. O Flamengo foi perigoso, principalmente com Gerson, que jogou por ele e por Arrascaeta na etapa inicial. Mas os gols só aconteceram no fim dos primeiros 45 minutos, com o Flamengo derrubando a vantagem dos donos da casa. Bruno Henrique, de canela, empurrou a bola para dentro depois de ela bater na trave.

Rodrigo Nestor puxa a fila para festejar o gol de empate do São Paulo Foto: Isaac Fontana / EFE

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A apreensão tomou conta do Morumbi. Não durou muito. Minutos depois, Nestor acertou um chute de fora da área, em rebote do goleiro, e fez um golaço, deixando mais uma vez tudo igual. O gol fez o tricolor respirar aliviado. As pernas pararam de tremer e ainda veio o intervalo para se acalmar.

Nestor foi o jogador da final contra o Flamengo. Ele atuou muito bem na partida no Maracanã, combinando com Caio Paulista pela esquerda, e novamente em São Paulo, sobretudo quando o time avançou mais. Nestor ajudou sua equipe a se recolocar na partida que se desenhava dura. O empate mantinha tudo igual: empate em casa e título assegurado.

Nestor estava para ser vendido. Sofreu com as cobranças da torcida. Foi ameaçado. Ele e sua mãe. Era tido como um jogador que não merecia vestir a camisa do time. Pediu para ficar. Dorival não se desfez do meia. Pelo contrário, apostou nele e deu ao atleta a tranquilidade que precisava para jogar e errar. Assim, Nestor cresceu.

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Toda final tem um herói e um vilão. Ao menos costuma ter. Não vi nenhum jogador que pudesse ser apontado como o culpado pelo fracasso do Flamengo. Sampaoli talvez seja o cara que mais errou na decisão, principalmente no primeiro duelo.

Certamente Nestor merece ser esse herói tricolor. Teve o gol de Calleri no Rio, importantíssimo, mas ninguém tira do garoto da base essa condição, principalmente por causa do gol de fora da área quando o jogo parecia se complicar no Morumbi. Seu gol foi tão importante que os reservas atravessaram o campo para lhe dar um abraço. Ele foi aplaudido e reverenciado. Deixou o jogo aos 34 minutos do segundo tempo, esgotado, mas certo de que deu o seu melhor. E esse melhor ajudou o São Paulo a ser campeão de um título que não tinha.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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