É falso que a arma usada no ataque contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, seja uma pistola de água. O brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, tentou atirar na vice-presidente com uma pistola semiautomática Bersa Thunder 380, de fabricação argentina. De acordo com o presidente argentino, Alberto Fernández, a arma estava carregada com cinco munições. Ainda não se sabe o motivo pelo qual a pistola não disparou. O atentado ocorreu na noite de quinta-feira, 2, em Buenos Aires.
O boato de que a arma seria uma pistola de água circula em vídeo no WhatsApp, enviado por leitores do Estadão Verifica ao número (11) 97683-7490. No vídeo, um homem afirma que analisou a filmagem do ataque contra Kirchner e percebeu que um líquido sai da arma usada pelo brasileiro; depois disso, a vice-presidente teria limpado o rosto para se enxugar. Mas o autor do vídeo se aproveita da baixa resolução da filmagem do atentado para fazer essas falsas suposições. Observe abaixo as imagens do ataque -- em nenhuma delas é possível ver o tal líquido.
O atentado contra Kirchner foi filmado de diferentes ângulos (veja nos vídeos abaixo). Neles, é possível perceber que a vice-presidente não limpa o rosto, como afirma o vídeo no WhatsApp. Ela leva a mão sobre a cabeça e se abaixa. Em depoimento à polícia, Cristina disse que se abaixou para pegar o livro de um apoiador, que tinha caído no chão. A vice-presidente afirmou não ter percebido que Fernando Montiel apontou uma arma contra ela.
https://www.youtube.com/shorts/ExMfBzVU598
Pistola estava carregada e funcionava
O jornal argentino La Nación publicou uma foto da arma usada pelo brasileiro; ela foi apreendida a poucos metros do local onde ocorreu o atentado, em frente à residência de Kirchner no bairro da Recoleta, na capital do país. Segundo informou a polícia ao jornal, a arma é real e estava apta ao uso. A pistola estava carregada, mas a câmara de disparo estava vazia. A numeração da arma foi parcialmente apagada.
Segundo a polícia, o agressor apertou o gatilho duas vezes, mas a arma não disparou. A pistola em questão tem vários mecanismos de segurança para impedir um disparo acidental; os policiais especulam que esse seja o motivo pelo qual não houve o disparo.
Na sexta-feira, 2, foram apreendidas ao menos 100 balas calibre 9 milímetros e um notebook na casa do brasileiro. Ele se negou a falar em depoimento neste sábado, 3.
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