É falso que biscoito ‘Luppo’ seja manipulado com comprimidos e que seja vendido no Brasil

Vídeo que circula no WhatsApp viralizou pela primeira vez em 2019; marca que produz bolinhos é turca e negou irregularidades

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Por Redação
Atualização:

Circula no WhatsApp um vídeo em que uma pessoa abre um pacote de bolinho da marca “Luppo” e encontra dois comprimidos brancos dentro do doce. A mensagem que acompanha a gravação diz que “esse biscoito acaba de chegar no Brasil” e “vem com 2 comprimidos dentro que causam paralisia”. Mas a história, além de falsa, é antiga. Iniciativas de checagem da França, Turquia, Índia e Estados Unidos já desmentiram o boato em 2019. Além disso, o produto mostrado nas imagens sequer é vendido no Brasil.

Leitores pediram a checagem por WhatsApp, no número (11) 97683-7490.

É falso que bolinho com comprido seja vendido no Brasil Foto: Reprodução

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O vídeo em questão viralizou em novembro de 2019. De acordo com o site de fact-checking turco Teyit, as imagens foram feitas no Iraque e a marca que produz os bolinhos é da Turquia. Segundo o The Observers, na época em que o vídeo começou a ser compartilhado, iraquianos da região do Curdistão estavam boicotando produtos turcos em retaliação contra uma invasão no norte da Síria.

Ao site americano Snopes, a empresa que produz os bolinhos, Şölen, enviou vários documentos com certificados de segurança das fábricas onde são manufaturados os doces. O processo de fabricação inclui um sistema de filtragem que bloqueia partículas maiores que 0,7 mm. A produção é totalmente automatizada, o que significa que pessoas não tocam nos produtos antes de eles serem embalados. Ou seja, tudo indica que o vídeo teria sido orquestrado.

Na época em que o vídeo viralizou pela primeira vez, a Şölen informou ao G1 que o bolinho Luppo não era exportado para o Brasil. O Estadão Verifica não encontrou o produto a venda em sites de supermercados nem localizou registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Quando receber vídeos por WhatsApp, fique atento a estes sinais de desinformação:

  • A mensagem tem teor alarmante e pede compartilhamento imediato;
  • Não há informações sobre data e local ou menções a fontes confiáveis;
  • As pessoas no vídeo não falam português;
  • O conteúdo aponta para uma “grande conspiração” que não foi noticiada.

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