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Prova de vida mostra reféns das Farc com corrente no pescoço

Alguns dos oficiais sequestrados que aparecem em vídeo estão há mais de 11 anos em poder da guerrilha

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Atualização:

O Exército colombiano afirmou na segunda-feira, 7, que confiscou um vídeo que dá provas de vida de dez reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Alguns dos militares e policiais que aparecem nas imagens foram capturados há mais de 11 anos pela guerrilha. Eles aparecem acorrentados e com um fundo camuflado.

 

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O vídeo - o segundo do tipo divulgado em uma semana - teria sido gravado pelos rebeldes e foi transmitido por algumas redes de televisão na Colômbia. Os prisioneiros parecem cansados e pálidos. A fita mostra os reféns falando diretamente para as famílias e um deles diz que está em boa saúde. Outro pede aos familiares que não o esqueçam.

 

O governo colombiano demonstrou consternação com as "lamentáveis condições" em que estão os policiais e militares sequestrados. "Os vídeos constituem uma prova do tratamento cruel que os terroristas das Farc dão aos sequestrados", sustentou a mensagem do governo, lida pelo comandante do Exército, Óscar González. As imagens comprovam ainda as "péssimas condições físicas e mentais em que as Farc mantêm os quatro membros do Exército Nacional e os seis policiais, presos a grossas correntes e cadeados em torno do pescoço".

 

Pelas imagens, foi possível identificar os sargentos do Exército Luis Moreno (Chagueza), Robinson Salcedo (Guarín), Luis Arturo García e Luis Alfonso Beltrán. Também houve reconhecimento dos sargentos da Polícia Jorge Romero, José Forero Carrero, César Lasso Monsalve, e os intendentes Wilson Rojas, Carlos Duarte e Jorge Trujillo, todos em poder das Farc há mais de uma década.

 

Armazenado em um pen drive, o vídeo foi localizado com um rebelde, identificado como Ramiro Valbuena Ospina, que foi detido no sábado e libertado nesta segunda-feira. Ele assegurou que não sabia sobre o conteúdo do equipamento. Antes de ser divulgado à imprensa, o material foi apresentado aos familiares dos reféns.

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As Farc mantêm dezenas de reféns, entre eles cerca de 23 oficiais, considerados "prisioneiros políticos" da guerrilha, os quais querem usar como moeda de troca em um possível acordo com o governo para a libertação de guerrilheiros presos. O presidente Álvaro Uribe, no entanto, se recusa a negociar com a guerrilha e insiste na ideia de que pode derrotá-la militarmente.

 

Em fevereiro, as Farc libertaram o ex-deputado colombiano Sigifredo López, completando o resgate dos seis reféns que a guerrilha prometeu libertar, unilateral e incondicionalmente, a partir de meses de negociações com o movimento Colombianos pela Paz.

 

Esta é a segunda mensagem das Farc interceptada pelo Exército desde novembro de 2007, quando os serviços de inteligência prenderam em Bogotá duas mulheres e um homem com vídeos de diversos reféns, nos quais aparecia, entre outros, a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt. A franco-colombiana foi resgatada em 2 de julho de 2008 em uma operação que reuniu militares colombianos e americanos.

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