Ao menos 18 pessoas morrem após míssil russo atingir prédio residencial em Odessa

Segundo a Ucrânia, um míssil destruiu um prédio de nove andares e outro atingiu um centro de recreação

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Por Redação
Atualização:

Ao menos 18 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em dois ataques russos nesta sexta-feira, 1°, na região de Odessa, no sul da Ucrânia. Os bombardeios aconteceram poucas horas depois do encerramento da cúpula dos líderes da Otan, em Madri, em que a aliança confirmou a liberação de novos pacotes de auxílio para Kiev e classificou a Rússia como a principal ameaça de segurança global.

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De acordo com o Serviço de Emergência Ucraniano “aeronaves estratégicas russas voando sobre o mar Negro” lançaram o ataque em Odessa. Um míssil atingiu um edifício residencial de nove andares, enquanto o outro ataque atingiu um centro de recreação no bairro de Bilhorod-Dnistrovski.

“Aconteceu o pior cenário possível e dois aviões estratégicos chegaram à região de Odessa”, disse o porta-voz da administração regional de Odessa, Sergei Bratchuk.

“As equipes de resgate forneceram assistência médica a sete feridos, incluindo três crianças”, acrescentou Bratchuk.

Os serviços de emergência ucranianos disseram inicialmente que 17 pessoas morreram e 30 ficaram feridas nos dois ataques. Kirilo Timochenko, um alto funcionário presidencial ucraniano, escreveu mais tarde no Telegram que o número de mortos subiu para 18, incluindo duas crianças.

O novo ataque a alvos civis vem em um momento em que forças ocidentais tentam apertar o cerco a Moscou. Em Madri, além da nova diretriz de segurança da Otan, que admite a rivalidade com a Rússia de forma explícita, países como EUA e Reino Unido confirmaram o envio de mais armas e ajuda financeira à Ucrânia.

Enquanto o presidente americano, Joe Biden, anunciou uma ajuda de 800 milhões de dólares em novas armas para Kiev, o premiê britânico, Boris Johnson, afirmou que enviaria 1 bilhão de libras (6,32 bilhões de reais) em apoio militar à Ucrânia.

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A Rússia reagiu às declarações da Otan, com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, comparando a nova situação diplomática com um retorno à Guerra Fria. Antes, o presidente russo, Vladimir Putin, já havia afirmado que responderia “na mesma moeda” se Suécia e Finlândia - que se aproximaram de entrar efetivamente na aliança durante o encontro na Espanha - concordassem em receber tropas da Otan e infraestrutura militar.

União Europeia pede para Ucrânia acelerar reformas anticorrupção

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu nesta sexta-feira que a Ucrânia acelere as reformas anticorrupção, assegurando ao país o apoio da União Europeia no “longo caminho” para a adesão ao bloco.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao lado do premiê da República Checa, Petr Fiala. Foto: Martin Divisek/ EFE

Von der Leyen elogiou as reformas que já foram realizadas e as instituições existentes para criar “uma impressionante máquina anticorrupção”, em um discurso por videoconferência para os deputados ucranianos.

“Mas agora é necessário fortalecer estas instituições e colocar as pessoas adequadas nos postos de responsabilidade”, disse.

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A alemã destacou que “o novo chefe da Procuradoria Especializada Anticorrupção e o novo diretor do Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia devem ser nomeados o mais rápido possível”.

Da mesma forma é necessário avançar na legislação sobre os procedimentos de seleção de juízes, como parte da reforma do Tribunal Constitucional.

Von der Leyen lembrou aos legisladores ucranianos que a reconstrução da Ucrânia exigirá investimentos enormes, que certamente acontecerão, mas acrescentou que isto exige avanços internos. Os investimentos, destacou, “terão que ser acompanhados de uma nova onda de reformas”.

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Para Von der Leyen, “as instituições têm que ganhar vida para responder às aspirações de seu povo”. Um exemplo disso, destacou, é a iniciativa para tentar conter a “influência excessiva” dos oligarcas na economia ucraniana.

O país, recordou Von der Leyen, adotou uma lei para romper esta influência e agora “deve se concentrar na implementação desta legislação”. Ela também afirmou que “uma lei dos meios de comunicação deve ser adotada, uma que ajude nos ajustes das regras da Ucrânia aos padrões da UE e conceda poder a um regulador independente”.

“Muitas leis e instituições que o país precisa já existem. Agora é o momento de traduzir regras e instituições em uma mudança positivas e duradoura”, disse.

“Os próximos passos estão ao seu alcance, mas exigem trabalho duro, determinação e unidade”, afirmou Von der Leyen”.

“O caminho será longo, mas a Europa estará a seu lado em cada etapa, pelo tempo necessário, dos dias sombrios da guerra até o momento em que vocês atravessarão o limiar de nossa União Europeia”, prometeu.

Na semana passada, os líderes da UE concederam formalmente à Ucrânia o status de país candidato à adesão ao bloco, embora o processo possa demorar vários anos para ser concluído./ EFE e AFP

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