Ataque a tiros em centro de Testemunhas de Jeová deixa 8 mortos em Hamburgo, na Alemanha

Atirador que causou sete mortes em centro de Testemunhas de Jeová na Alemanha já tinha feito parte da comunidade

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Por Redação
Atualização:

HAMBURGO - Um ataque a tiros em Hamburgo, segunda maior cidade da Alemanha, deixou ao menos 8 mortos, incluindo o atirador, e um número não confirmado de feridos na quinta-feira, 9, de acordo com a polícia local.

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Um dos mortos é o atirador, de acordo com a polícia. O momento exato do ataque foi capturado por um jovem que mora nos arredores do prédio atingido, informou o canal de notícias por assinatura americano CNBC.

Nas imagens, é possível ouvir a voz de Gregor Miesbach ao fundo, enquanto o autor do tiroteio aparece armado no centro das Testemunhas de Jeová. “Ele está atirando, o que está acontecendo?”, questiona o cinegrafista amador enquanto gravava o episódio.

O atirador que causou as oito mortes — incluindo uma grávida de 7 meses e o feto —, era um ex-membro da comunidade, com a qual estava em conflito, disse a polícia alemã na sexta-feira, 10.

“Philipp F. era um ex-membro das Testemunhas de Jeová”, disse um oficial à imprensa, acrescentando que o agressor deixou a comunidade há cerca de 18 meses, “aparentemente não em boas condições”.

Ele matou a tiros quatro homens e duas mulheres com idades entre 33 e 60 anos. O feto feminino de 7 meses foi contabilizado como uma vítima. As autoridades disseram ainda que Philipp, de 35 anos, e que estava armado com um revólver, cometeu suicídio depois que a polícia entrou no prédio.

Força especial da polícia alemã atua no local onde ataque a tiros deixou vários mortos em Hamburgo  Foto: Fabian Bimmer/Reuters - 9/3/2023

O agressor fugiu para o primeiro andar do prédio depois que a polícia invadiu o local e “se matou”, disse o secretário regional do Interior, Andy Grote.

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Segundo a promotoria, não há indicação de motivação “terrorista” no ataque.

Fundadas no século 19 nos EUA, as Testemunhas de Jeová se consideram herdeiras do cristianismo primitivo e baseiam seu credo exclusivamente na Bíblia.

Policiais se preparam para entrar na cena do atentado em Hamburgo, na alemanha  Foto: Jonas Walzberg/dpa via AP

O status da organização varia de país para país: ela se classifica entre as “grandes” religiões na Áustria e na Alemanha, é listada como um “culto reconhecido” na Dinamarca e como uma “denominação religiosa” na Itália. Na França, muitos ramos locais têm o status de “associação de culto”.

A maior parte da população alemã é católica (27%) e protestante (25%), segundo informações de um relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre liberdade religiosa no país. Aproximadamente 6,6% da população é muçulmana —e de maioria sunita. No país de pouco mais de 80 milhões de pessoas, de acordo com os dados do documento, 167 mil seriam das Testemunhas de Jeová.

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Nos últimos anos, o país foi palco de diversos ataques, muitos dos quais perpetrados por jihadistas e extremistas de direita. Um dos principais ocorreu em 2016, quando fundamentalistas islâmicos atingiram um mercado de Natal lotado na capital, Berlim, e mataram 12 pessoas, além de ferir dezenas.

Houve ainda ataques de apoiadores de movimentos supremacistas de direita, o que intensificou a cobrança da sociedade para que o governo aja contra grupos neonazistas, que se proliferam. Em 2020, um extremista matou dez pessoas e feriu outras cinco na cidade de Hanau. Um ano antes, duas pessoas foram mortas após um neonazista invadir uma sinagoga. /AP, AFP e NYT

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