MIAMI - O autor do massacre de 17 pessoas em uma escola na Flórida no Dia dos Namorados disse à polícia que escutava "demônios" que lhe ordenavam "queimar, matar e destruir", segundo trechos do interrogatório policial divulgado na segunda-feira, 6.
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Nikolas Cruz, de 19 anos, foi detido sem resistência logo após o ataque, no dia 14 de fevereiro, em Parkland, ao norte der Miami, e interrogado no gabinete do comissário do Condado de Broward.
Segundo esse interrogatório, Cruz se recusou a receber um copo d'água do detetive John Curcio afirmando que "não merecia", e pediu: "me matem, apenas me matem, maldito seja".
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Em seguida, disse ao detetive que tinha "demônios em sua cabeça, que há muitos anos o atormentavam, que lhe davam instruções para comprar armas, matar animais e destruir tudo".
"Quais são os demônios?" - perguntou o detetive. "As vozes" - respondeu Cruz. "O lado malvado". "O que a voz pede para você fazer?" - insistiu Curcio. "Queima, mata, destrói" - respondeu o jovem.
Cruz revelou que tentou se matar dois meses antes do ataque - após a morte de sua mãe, em novembro de 2017 - com uma overdose dos analgésicos Ibuprofeno e Advil. "Não sei quantos comprimidos tomei. Um montão".
Quando o detetive perguntou por que motivo decidiu comprar um fuzil de assalto AR-15 - que Cruz utilizou no ataque - o jovem respondeu: "Porque achei 'cool'".
Cruz comprou o fuzil legalmente, em um país onde a posse e a venda de armas é legal.
O depoimento de Cruz foi divulgado após a juíza encarregada do caso, Elizabeth Scherer, aprovar um pedido dos jornais Miami Herald e Sun Sentinel para ter acesso e divulgar o conteúdo.
O jovem Cruz enfrenta a pena de morte pelo massacre em Parkland, que reativou o debate sobre o controle de armas e deflagrou manifestações em todo os Estados Unidos sob o lema "Nunca mais". / AFP