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Brics: veja o desempenho dos novos membros em índices de democracia e de desenvolvimento humano

Argentina, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos farão parte do grupo a partir de 2024

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Por Redação

A 15ª Cúpula do Brics oficializou nesta quinta-feira, 24, a ampliação do bloco, com a admissão de seis novos membros a partir do próximo ano. Argentina, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar, a partir de 1º de janeiro de 2024, a aliança, que hoje inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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Quase 40 países solicitaram a adesão ou demonstraram interesse de entrar para o bloco criado em 2009, que representa quase 25% do PIB e 42% da população mundial. A admissão acontece em um momento em que o clube de países emergentes tenta ganhar influência no cenário internacional.

Confira abaixo como cada um dos novos membros figuram em índices de democracia e de desenvolvimento humano. O Estadão se baseou no Democracy Index de 2022, índice criado pela revista The Economist, e no Índice de Desenvolvimento Humano 2021/2022, da Organização das Nações Unidas (ONU), para o levantamento.

Arábia Saudita

Considerado um dos países mais fechados do Oriente Médio, a Arábia Saudita é uma nação autoritária e repressiva, já que não permite eleições ou organizações partidárias. Por conta disso, ocupa a 150º entre os 167 países analisados pelo Democracy Index em 2022, com um índice de 2.08, e está na classificação de nações autoritárias do ranking.

No IDH, a Arábia Saudita é o segundo país mais bem colocado entre as nações que irão integrar o Brics a partir de 2024. Em 35º lugar, com pontuação 0,875, a nação está atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos entre as nações do grupo. Com serviços de saúde e educação gratuitos para a população, a expectativa de vida ao nascer no País é de 76,9 anos.

Argentina

Com sua integração ao grupo, a Argentina torna-se o terceiro país do Brics com maior índice de democracia. Entre as nações do bloco, o primeiro lugar é ocupado pela África do Sul, e o segundo, Índia. O país latino-americano tem um índice de 6.85 e ocupa a 50º posição do ranking do The Economist — apenas um lugar à frente do Brasil, que em 2022 conquistou uma pontuação de 6.78, e caiu quatro postos em relação ao ranking do ano anterior.

O IDH da Argentina é de 0,842, ficando em 47º lugar entre os 191 países que figuram na lista da ONU. O país integra classificação de uma das economias altamente desenvolvidas, de acordo com os critérios estabelecidos pela organização mundial. Mesmo em crise, a Argentina tem o segundo maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América do Sul, atrás apenas no Chile, ficando 40 posições acima do Brasil.

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Emirados Árabes Unidos

De regime autoritário, os Emirados Árabes Unidos ocupam a 133ª posição do Democracy Index em 2022, com um índice de 2.90. A chegada da federação ao Brics em 2024 a torna a primeira da lista, entre as nações do grupo, na classificação de IDH. Com pontuação de 0,911, os Emirados Árabes Unidos estão em 26º lugar na lista da ONU. Assim como a Arábia Saudita, a economia local baseia-se sobretudo na produção e exportação de petróleo, sendo considerada uma das economias altamente desenvolvidas de acordo com a definição da ONU. Com uma renda média anual de US$ 48.950, os Emirados Árabes são um dos países de renda alta.

Egito

O Egito é uma república presidencial liderada pelo presidente Abdel Fattah el-Sisi, um militar que tem sido descrito como autoritário. O país africano está em 131º lugar no índice de democracia, somando 2.93 pontos, e está dentro do grupo de nações listadas como autoritárias pelo Democracy Index de 2022. Considerada uma nação de desenvolvimento humano alto pelas definições da ONU, o Egito pontua 0.707 no IDH. A expectativa de vida ao nascer é 70,2 anos, enquanto a média de anos escolares fica em 9,6 anos.

Egito é uma república presidencial liderada pelo militar Abdel Fattah el-Sisi, que também chefe das Forças Armadas e o ministro da Defesa do país.  Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany/Arquivo.

Irã

O sistema político do Irã é baseado em uma república islâmica unitária presidencial. O líder supremo do país é eleito como chefe de Estado, sendo considerado a máxima autoridade política e religiosa do país, que ocupa o cargo de forma vitalícia. Neste modelo, a nação ocupa o 154º lugar, com 1,96 pontos, entre 167 Países do Democracy Index. O País registrou uma melhoria de 0,01 em relação à 2021, devido à disposição dos cidadãos em se envolverem em protestos anti-regime face à repressão

No ranking do IDH, o país está em 76º lugar, com pontuação 0,774. A expectativa de vida ao nascer é de 73,9 anos, enquanto a média de anos de escolaridade é 10,6. No País, cuja economia é afetada por duras sanções internacionais, a renda per capita em 2021, segundo dados do FMI, era de US$ 4.091,21.

Etiópia

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A Etiópia, o segundo país mais populoso de África, com 123 milhões de habitantes, ocupa a 122ª posição no índice que avalia a democracia. A política local se baseia em uma república federativa parlamentarista, no qual o primeiro-ministro é o chefe de governo. O país enfrenta uma longa guerra civil de dois anos entre o governo central etíope e a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), que tem sido conflito mais mortal do mundo nos últimos anos e exacerbou as tendências autoritárias.

O país, que foi durante a década de 2010 uma das economias mais dinâmicas do mundo, tem um desenvolvimento humano baixo, estando entre as nações menos desenvolvidas do mundo, de acordo com o relatório de IDH: está no 175º lugar, entre 191 nações., pontuando 0,498 no ranking. A expectativa de vida ao nascer é de apenas 65 anos, enquanto a média de escolaridade é de 3,2 anos.

O País enfrenta uma longa guerra civil de dois anos entre o governo central etíope e a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF). Foto: REUTERS/Tiksa Negeri/Arquivo