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Dirigentes da esquerda francesa saem de cena

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Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de duas derrotas seguidas, nas eleições legislativas e presidenciais, os dirigentes da chamada "esquerda plural" da França cedem seus postos, diante da pressão de suas próprias bases. O ex-primeiro-ministro Lionel Jospin foi o primeiro a anunciar sua retirada da vida política, logo após ser eliminado do segundo turno presidencial, suplantado em número de votos pelo candidato da extrema direita, Jean-Marie Le Pen. Outros o seguiram. Agora, foi a vez de o presidente do Partido Comunista Francês (PCF), Robert Hué, jogar a toalha, anunciando que abandona suas funções no próximo congresso dos comunistas, em abril. Ele vinha dirigindo o partido com Marie George Buffet, ex-ministra de Esportes do governo Jospin. De todos os dirigentes que estão deixando os cargos, talvez o mais atingido por seguidas derrotas eleitorais seja Hué, que conseguiu reunir em torno de sua candidatura só 3,37% do eleitorado francês. Em 1969, Jacques Duclos, primeiro secretário do PCF, obteve 21,9%, na votação que elegeu George Pompidou. Daí para frente os candidatos comunistas foram perdendo terreno e hoje o partido se encontra numa situação muito delicada, com repercussões importantes na área financeira. O PCF tem o maior aparelho partidário da França, mantendo uma enorme sede em Paris, na Place Colonel Fabien, cujo projeto é de autoria do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Também sua imprensa, liderada pelo jornal Humanité - cuja sede é num imóvel também projetado por Niemeyer - apresenta um balanço fortemente deficitário. A tiragem do jornal tem sido cada vez mais baixa. Ao contrário do passado, os comunistas franceses não mais contam com uma substanciosa ajuda internacional desde o desmoronamento da URSS. Robert Hué substituiu na direção do PC um dos dirigentes que mais marcaram a história do partido nas últimas três décadas, George Marchais. Ao lado do socialista François Mitterrand e de outras forças de esquerda do chamado "programa comum da esquerda", Marchais formou a coalizão que permitiu a ascensão do presidente socialista em 1981.

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