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Dissidentes divulgam dados de elite cubana

Telefones e endereços de ministros e parentes de Raúl e Fidel, além da localização de bases das Forças Armadas estão disponíveis na internet

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Por MIAMI

Um site mantido por opositores cubanos em Miami tem divulgado dados pessoais de pessoas ligadas à cúpula do regime de Raúl Castro: telefones e endereços de ministros, burocratas e parentes do presidente e de seu irmão, Fidel, além da localização de bases militares utilizadas pelo Exército.Um dos posts publicados no Cuba al Descubierto (Cuba revelada)promete "destruir" o regime por meio da tecnologia. O grupo responsável pelo vazamento dos dados é a Frente Unitária de Exilados e Grupos Organizados (Fuego). "A publicação manda a alguns deles a seguinte mensagem: sabemos onde eles vivem e quem eles são", disse o ativista do Fuego Aldo Rosado Tuero, um anticastrista radicado em Miami. "Queremos pressioná-los a amenizar a repressão." Luís Domínguez, outro membro do Fuego, diz que a divulgação da localização das bases militares da Brigada Nacional Especial, unidade de elite das Forças Armadas - mais do que dados pessoais do politburo - será prejudicial para o regime. Ele diz, brincando, que pensa em lançar um site, chamado "WikiCuba", numa referência ao WikiLeaks. "Hoje sabemos o endereço dos guarda-costas e dos vizinhos de Fidel", afirmou. "Mas o que realmente os machucará será quando divulgarmos as localizações de todas as bases."Em seis semanas, informações pessoais de 20 membros da cúpula do regime foram liberadas ao público. De oito números de telefone disponíveis no site, cinco estavam corretos. Entre os membros do regime que tiveram seus dados divulgados estão o número 2 do regime, José Ramón Ventura, o ministro da Comunicação Ramiro Valdés e do ex-ministro da Defesa Julio Casas, que morreu em setembro. Os dissidentes também expuseram o telefone e o endereço de Deborah Castro, uma das filhas de Raúl e de seu marido Luis Alberto Rodríguez Lopez Callejas. Duas irmãs de Fidel e Raúl, Angela e Agustina, além de dois cunhados do presidente, também aparecem na página.Percy Alvarado, agente de inteligência cubano, disse ter recebido um telefonema em seu celular no começo do mês de pessoas que se disseram membros do Fuego. "Isso é uma violação grave de direito à privacidade e à lei internacional", disse. Não é o primeiro caso de uso da internet para atacar o regime cubano. O site Cuba Represso ID, que também possui uma conta no Twitter, publica nomes e fotos de pessoas que colaboram com o Estado para punir dissidentes. No começo do ano, foi divulgada uma lista de 60 mil números de telefone de funcionários do regime. / MCT

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