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Eleições na Colômbia: Esquerda perde prefeitura de Bogotá, em derrota para Petro

Eleições regionais sinalizam derrota para o presidente Gustavo Petro nas principais cidades do país; setores da direita tradicional saem vencedoras

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Por Redação

As eleições regionais da Colômbia, realizadas neste domingo, 29, sinalizaram uma derrota para o presidente Gustavo Petro e a onda de esquerda que cresceu nos últimos anos. As disputas nas principais prefeituras e governos, incluindo o da capital, Bogotá, foram vencidas por políticos da direita tradicional do país e refletiram como derrotas e crises políticas de Petro afetaram a força que o elegeu em junho do ano passado.

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Em Bogotá, principal reduto político de Petro, o candidato opositor Carlos Fernando Galán, do Novo Liberalismo, venceu as eleições no primeiro turno ao obter mais de 40% dos votos. O ex-senador Gustavo Bolívar, candidato do presidente, terminou apenas em terceiro, com 18,7%. “Sinto que foi um voto de punição pelo Pacto Histórico”, disse o próprio Bolívar após os resultados.

Petro, ex-prefeito de Bogotá, obteve 58% dos votos da capital na eleição presidencial do ano passado. Anos antes, em 2019, a cidade elegeu a primeira mulher abertamente lésbica, a centrista Claudia López Hernández, contra Galán. Desta vez, o político obteve o apoio de vários setores da direita tradicional e obteve 1,4 milhão de votos, recorde na capital colombiana.

Imagem deste domingo, 29, mostra Carlos Fernando Galán Pachón, político eleito prefeito de Bogotá. Galán foi apoiado por setores da direita colombiana e impõe derrota a Petro Foto: Mauricio Dueñas Castañeda/ EFE

A eleição em Bogotá foi marcada por uma disputa em torno da construção do metrô da cidade que envolve Petro de forma direta. O presidente tinha o apoio de Claudia López, mas perdeu aos poucos por causa de divergências em torno da obra. Petro defende mudanças que permitam construir a rede no subterrâneo, enquanto a oposição pleiteia que as obras sigam como estão. “Se eles (o governo) queriam um plebiscito, este é um em alto e bom tom”, disse López no X (ex-Twitter) em relação aos resultados das urnas para o governo nacional.

Resultados semelhantes aconteceram em Medellín, Barranquilla e Valle del Cauca. Em Medellín, onde Petro tinha um defensor e aliado na prefeitura, Daniel Quintero, a eleição foi vencida pelo direitista Federico Gutíerrez, que adotou o discurso de oposição ao “governo de mudança” de Petro. O resultado se repetiu no âmbito provincial, com o também direitista Andrés Julián Rendón eleito governador.

Apesar disso, os partidos do Pacto Histórico, como é chamada a coalizão de governo de Petro, não saíram derrotados em todos os pleitos. Os resultados foram positivos em 6 dos 32 departamentos do país. Ciente dos efeitos políticos que a eleição em geral pode ter para o governo, Petro ressaltou as vitórias. “O avanço das forças de governo no oeste da Colômbia é gigante. Apenas em Nariño e Cauca foram conquistados os dois governadores e 40 prefeituras”, declarou o presidente nesta segunda-feira, 30, no X.

O presidente também afirmou que está disposto a dialogar com todos os políticos eleitos. Na noite do domingo, disse que vai reuni-los para “articular propostas” que possam “construir juntos um país que combata a corrupção, a injustiça e enfrente a crise climática”. A questão que fica em aberto é qual será o efeito na política nacional. Se Petro conseguir se aproximar dos eleitos para realizar projetos conjuntos, suas derrotas podem ser revertidas.

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