A reação internacional à situação em Alepo foi liderada ontem pela França, que pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, horas antes de Turquia e Rússia anunciarem a criação de um corredor humanitário para permitir a saída de rebeldes e civis da cidade síria.
Organizações de ajuda humanitária internacionais e entidades não governamentais favoráveis aos rebeldes sírios, como o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com base em Londres, denunciaram o massacre de dezenas de civis, entre os quais crianças e mulheres, além de casos de prisões arbitrárias, torturas e execuções nas últimas horas.
Em resposta, o embaixador da França nas Nações Unidas, François Delattre, informou ontem em Paris que o governo de François Hollande solicitou uma “reunião imediata” do Conselho de Segurança para discutir o que definiu como “a pior tragédia humana do século 21”. “Devemos fazer todo o possível para pôr fim ao derramamento de sangue, para retirar a população com toda segurança e ajudar aqueles que precisam”, afirmou.
Também ontem, o Reino Unido foi além de pedir um cessar-fogo e exortou mais uma vez Bashar Assad a deixar o poder. “Nós não acreditamos que o presidente Assad, que dirige com tal crueldade o povo sírio, seja o caminho para um futuro seguro e próspero para a Síria no longo prazo”, afirmou o porta-voz da primeira-ministra, Theresa May.
Nos últimos dias, líderes europeus como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, já haviam definido a situação na cidade como uma “vergonha para a comunidade internacional”, exigindo o fim da batalha em Alepo. Mas os governos de Rússia e China, potências que têm direito a veto no CS, bloquearam uma resolução que buscava o cessar-fogo e o fim da ofensiva do regime Assad.
Ontem, após as negociações entre russos e turcos, o corredor humanitário teria sido aberto para que ônibus transportassem civis à vizinha Província de Idlib.