CARACAS - A Suprema Corte da Venezuela autorizou nesta quinta-feira, 16, o pedido de extradição feito pela chancelaria do país contra o ex-presidente da Assembleia Nacional, o opositor Julio Borges, atualmente exilado na Colômbia, e outros seis acusados de participar do suposto atentado contra o presidente Nicolás Maduro no início deste mês. O aval é o primeiro passo para a diplomacia venezuelana iniciar os trâmites com as embaixadas.
Em decisão, a Corte declarou procedente o pedido feito pelo governo e classificou os supostos crimes de Julio Borges como "traição à pátria", "tentativa de homicídio", "instigação pública" e "conspiração". O tribunal garantiu que, uma vez em território venezuelano, o parlamentar terá "todos os seus direitos civis garantidos".
Borges, que presidiu a Assembleia Nacional antes de sua dissolução e liderou a frente oposicionista ao chavismo, foi acusado por Maduro de conduzir o suposto atentado com drones explosivos no dia 04 de março. O parlamentar afirma que o ataque é uma "farsa" do governo venezuelano para "perseguir opositores". Exilado na Colômbia desde o início do ano, o opositor diz se sentir seguro em Bogotá e não planeja retornar à Venezuela.
Até o momento, 14 pessoas foram detidas por forças de inteligência venezuelanas, incluindo o parlamentar oposicionista Juan Requesens. Ao todo, 34 pessoas foram listadas como suspeitas de participação no suposto ataque e estão sendo procuradas pelo governo.
Além de Borges, o tribunal também aprovou pedidos de extradição de outros seis acusados, dois estão na Colômbia, três nos Estados Unidos e um no Peru.
Na quarta-feira, o chanceler venezuelano Jorge Arreaza entregou lista com nomes de fugitivos às embaixadas do Peru e da Colômbia. Os pedidos oficiais de extradição serão apresentados aos diplomatas de cada país nos próximos dias. //AFP