WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos começa na tarde desta terça-feira, 21, a julgar se o presidente Donald Trump será ou não afastado de seu cargo, após a aprovação do impeachment pela Câmara dos Deputados, em dezembro do ano passado.
O processo deve correr a toque de caixa, já que o Senado é dominado pelo Partido Republicano, o mesmo de Trump. Os republicanos têm 53 das 100 cadeiras, e todos declararam apoio ao presidente.
No sábado, os deputados do Partido Democrata que atuam como promotores protocolaram os argumentos favoráveis ao afastamento, e na segunda-feira a defesa do presidente apresentou oficialmente seus argumentos aos senadores.
A partir das 15 horas (horário de Brasília) desta terça, os senadores se reunirão para a primeira sessão do julgamento, e votar uma resolução sobre o formato do processo.
Os senadores vão definir se testemunhas serão convocadas a depor, uma demanda do Partido Democrata que poderá influenciar diretamente a duração do julgamento.
Trump é acusado de abuso de poder ao pedir ao presidente da Ucrânia, Volodmyr Zelensky, a investigação da família de Joe Biden. Ele teria condicionado uma ajuda econômica à obtenção de informações contra o possível candidato democrata.
Ele também é acusado de obstrução ao Congresso por impedir diversas pessoas ligadas ao seu governo de prestar depoimento e por se recusar a entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.
Três anos após a sua posse, Trump já fez 16,2 mil alegações falsas ou enganosas, de acordo com o serviço de checagem do jornal Washington Post, divulgado na segunda-feira, 21.
Republicanos querem julgamento 'expresso'
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, propôs nesta segunda-feira, 20, um calendário "reduzido" para o julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode chegar ao fim na semana que vem caso não sejam apresentadas provas ou testemunhas adicionais.
O plano de McConnell oferece um total de 24 horas aos promotores nomeados pela Câmara dos Deputados e à defesa da Casa Branca, mas concentrados em dois dias, então as jornadas se prolongariam até a meia-noite.
Na continuação, haveria um período de perguntas e respostas de 16 horas, seguido por um debate e uma votação sobre se serão consideradas mais provas e testemunhas.
Os republicanos contam com uma maioria de 53 votos no Senado, contra 47 da oposição, motivo pelo qual os democratas necessitam o apoio de pelo menos quatro senadores republicanos para recusarem a iniciativa de McConnell e prolongarem o processo com novos documentos e testemunhas.
A pressão agora está sobre um grupo de senadores republicanos moderados. Entre eles, a imprensa americana cita Mitt Romney (Utah), Susan Collins (Maine), Lamar Alexander (Tennessee) e Lisa Murkowski (Alaska), que poderiam abrir a porta para o prolongamento do processo.
Esta proposta será submetida a votação nesta terça-feira, na abertura formal do julgamento, que é comandado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, e no qual os 100 senadores atuarão como jurados.
Minutos depois de saber a resolução, os democratas criticaram duramente o plano.
"Está claro que o senador McConnell está teimando em complicar a adição de testemunhas e documentos para apressar todo o julgamento", disse Chuck Schumer, líder da minoria democrata, em comunicado.
As acusações contra Trump foram aprovadas em dezembro pela Câmara dos Deputados, de maioria democrata, após meses de investigação dos congressistas sobre a pressão feita por Trump ao presidente da Ucrânia. /EFE, AFP e NYT
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.