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Opositora de Maduro diz que fala ‘inesperada’ de Lula tem peso nas eleições venezuelanas

Corina Yoris, cuja inscrição foi barrada no pleito, afirmou ter ficado ‘emocionada’ com declarações do presidente brasileiro; petista classificou situação no país vizinho como ‘grave’

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Por Redação

A filósofa e professora universitária Corina Yoris, opositora do ditador Nicolás Maduro que tenta se inscrever para as eleições presidenciais na Venezuela, afirmou neste sábado, 30, que ficou emocionada com o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação no país e que a opinião do brasileiro tem peso no processo eleitoral venezuelano. A declaração foi dada em entrevista à CNN.

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“Quando eu vi, eu disse ‘maravilhoso’, porque isso significa que não estamos errados no que estamos fazendo, que todo mundo está vendo. Não somente nós, que estamos aqui, mas as pessoas de fora também estão vendo o que está acontecendo. E isso é para se agradecer”, afirmou.

“Eu me emocionei, disse ‘menos mal, menos mal que alguém como Lula diz isso’. Independente das críticas que façam ao Lula no Brasil, eu não posso me meter na política brasileira, Lula é um presidente eleito com eleições limpas”, ressaltou.

A líder da oposição María Corina Machado abraça Corina Yoris, em entrevista, em Caracas, na Venezuela (AP Photo/Ariana Cubillos) 

Na quinta-feira, 28, em Brasília, ao fim de uma visita de Estado de três dias do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil, Lula considerou “grave” a exclusão de Corina Yoris, designada pela líder opositora María Corina Machado, para enfrentar Maduro em 28 de julho.

“É grave que a candidata não possa ter sido registrada (...) Não tem explicação jurídica, política”, declarou Lula, que se disse “surpreso” com a notícia. A Venezuela encerrou o prazo de registro de candidatos na segunda-feira, 25, sem que a principal coalizão da oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), pudesse inscrever Yoris. A aliança opositora venezuelana acabou registrando outro candidato provisório, Edmundo González Urrutia.

Para Yoris, a fala de Lula foi inesperada, porque ele estava “hesitante em dizer coisas, muito neutro, sem compromisso e com declarações que foram muito criticadas aqui no país”. Ela também afirmou que o posicionamento do presidente brasileiro foi “muito importante”, e lembrou que se uniu, pelas redes sociais, a Machado no agradecimento feito a Lula, ao colombiano Gustavo Petro e a Macron pelas declarações.

Agradecimentos a Lula

Líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que indicou Corina Yoris como sua substituta, agradeceu na sexta-feira, 29, ao presidente Lula e aos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e da França, Emmanuel Macron, por se posicionarem sobre as eleições presidenciais. Eles expressaram preocupação com a impossibilidade do antichavismo de registrar a candidatura de Yoris.

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“Agradeço aos presidentes Emmanuel Macron, Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro por suas posições nas últimas horas que reafirmam que nossa luta é justa e democrática”, postou Machado em sua conta no X (ex-Twitter).

A antichavista pediu aos “líderes democráticos do mundo” que se unam para exigir que o governo de Nicolás Maduro permita que Yoris se registre como candidata da principal coalizão de oposição da Venezuela.

“Ficou claro que não há razões políticas ou legais que impeçam Corina Yoris de ser candidata e que sua exclusão, assim como a minha, nega a possibilidade de eleições livres e justas”, acrescentou.

“Apelamos a todos os líderes democráticos do mundo para que apoiem a plena implementação do Acordo de Barbados, assinado há apenas alguns meses, para alcançar eleições livres e justas na Venezuela”, disse ele.

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Além de Lula e Macron, o governo colombiano expressou sua preocupação com as dificuldades da oposição venezuelana em registrar suas candidaturas.

“A Colômbia expressa sua preocupação com os recentes acontecimentos ocorridos durante o registro de algumas candidaturas presidenciais, particularmente no que diz respeito às dificuldades enfrentadas pelos principais setores da oposição, como a PUD e o Movimento Vente Venezuela, entre outros”, disse o Ministério das Relações Exteriores, em um comunicado. O governo venezuelano, aliado dos governos do Brasil e da Colômbia, expressou seu repúdio a essas posições./ Com EFE

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