Os pais de Charlie Gard, de 11 meses, lutaram ao longo de vários meses na busca por um tratamento para o filho, que sofre de miopatia mitocondrial, uma doença rara e incurável que provoca perda progressiva da força muscular. Após diversas tentativas, eles decidiram na segunda-feira 24 encerrar a batalha judicial. O advogado da família disse que o tempo da criança "se esgotou", mas ainda não se sabe quando os aparelhos que a mantêm viva serão desligados.
Relembre a trajetória de Connie Yates e Chris Gard na luta pela vida do filho, segundo informações do jornal The Guardian.
4 de agosto de 2016
Charlie Gard nasce "perfeitamente saudável".
Setembro
Ao notarem que Charlie tem mais dificuldade do que os outros bebês para suportar o próprio peso e levantar a cabeça, os médicos descobrem que ele em uma doença rara e o diagnosticam com miopatia mitocondrial.
Outubro
Charlie fica apático, passa a respirar com dificuldade e é transferido para o hospital infantil Great Ormond Street.
Janeiro de 2017
Connie Yates e Chris Gard lançam uma campanha virtual para ajudar a financiar um tratamento nos EUA.
3 de março
Diretores do hospital em que Charlie está internado pedem ao juiz Nicholas Francis, da Divisão de Família do Tribunal Superior de Londres, para que determine que o tratamento deve ser cancelado.
11 de abril
Após analisar o caso, juiz decide que tratamento deve ser paralisado.
3 de maio
Connie Yates e Chris Gard apelam a três juízes para que repensem o caso de Charlie, mas em menos de três semanas o recurso é rejeitado.
8 de junho
Pais de Charlie perdem na Suprema Corte a batalha pelo tratamento do filho.
20 de junho
O caso segue para o tribunal europeu de direitos humanos, mas os juízes também se recusam a intervir. Porta-voz do hospital Great Ormond Street diz que não pode haver pressa para mudar o tratamento de Charlie.
30 de junho
Pais de Charlie dizem que os médicos do hospital Great Ormond Street concordaram em dar mais tempo de vida à criança.
2 de julho
Papa Francisco e o presidente americano, Donald Trump, intervêm no caso.
4 de julho
Bambino Gesu, hospital infantil do Vaticano, se oferece para receber Charlie.
10 de julho
Pais de Charlie voltam aos tribunais e pedem ao juiz que analise novas informações sobre o caso.
17 de julho
Neurologista americano que se ofereceu para tratar Charlie viaja a Londres para examiná-lo e discute a situação com os médicos do hospital Great Ormond Street.
21 de julho
Advogado que representa o hospital diz que novos exames apontam para uma "triste leitura".
22 de julho
Diretora do Great Ormond Street afirma que médicos e enfermeiras estão sendo ameaçados e hostilizados nas ruas.
24 de julho
Advogado de Connie Yates e Chris Gard diz que eles desistiram da batalha judicial pelo tratamento do filho.
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